Cerâmica: uma arte milenar que se destaca em Nova Friburgo

sexta-feira, 23 de agosto de 2013
por Jornal A Voz da Serra
Cerâmica: uma arte milenar que se destaca em Nova Friburgo
Cerâmica: uma arte milenar que se destaca em Nova Friburgo

A cerâmica faz parte da vida do homem há muito tempo. Milhares de anos antes do nascimento de Cristo ela já era fabricada para fins utilitários ou decorativos. Transformar um simples punhado de argila em objetos sempre fascinou o ser humano. 

Nova Friburgo é uma cidade que, felizmente, também se curva a esse fascínio. Ceramistas nativos ou que passaram a morar aqui vêm há anos enriquecendo o mercado local. Alguns desses artistas resolveram se unir para dar mais visibilidade às suas obras. São os "Ceramistas de Nova Friburgo”, formado por 13 pessoas que se dedicam a essa arte. Os frutos já estão sendo colhidos: materiais de divulgação, pontos de vendas e site em comum, além de convites para eventos já mostram que o grupo está no caminho certo. Bom para todos, inclusive para a cidade.

No site e no primeiro folder do grupo, por exemplo – o segundo já está sendo produzido –, além do nome e contato dos participantes, tem um mapa indicando o local dos ateliês e dos pontos de venda das obras. De Lumiar a Três Picos, de Mury a Amparo, do Cônego ao Centro. Ou seja, um verdadeiro passeio por todo o município, uma oportunidade para friburguenses e visitantes conhecerem não só belas peças de arte, como também bairros e distritos diversos. Conheça os "Ceramistas de Nova Friburgo”.

 

 

Luciléa Noel

 

Francis Kastalski

 

Eva Schneider


No período Paleolítico, a descoberta do fogo pelo homem foi o passo fundamental para o surgimento da cerâmica. Descobriu-se que o barro secava e endurecia após ficar exposto ao calor do fogo. A cerâmica surgiu quando, para suprir as necessidades de condicionar alimentos, água e sementes, iniciou-se um processo de moldar o barro e queimar no calor do fogo. A palavra é de origem grega, "keramos”, que significa louça de barro. Já foram descobertos, por exemplo, utensílios de cerâmica com mais de seis mil anos de idade.

 

O texto acima, que abre o site do grupo "Ceramistas de Nova Friburgo” (http://ceramistasdenovafriburgo.com.br), conta um pouco da história dessa arte milenar que não se perde com o tempo. Ao contrário, a atração de se criar formas com as próprias mãos, de moldar um material bruto, parece ser algo que entranha na alma de cada um que se arrisca a começar nessa arte. Risco, sim. Risco de se apaixonar incondicionalmente pela cerâmica, de deixar em segundo plano qualquer outra forma de se expressar através da arte. 

"É uma cachaça. Já tentei parar, mas não consigo”, resume Ani Ressel, que começou a fazer cerâmica há cerca de 40 anos: "Meu marido era de uma equipe que montou uma cervejaria no Centro-Oeste, numa cidade perto de Anápolis, que não tinha nada. Mas conheci uma ceramista lá e, para ocupar o tempo, resolvi fazer aulas com ela. Nunca mais parei”.

Formada em desenho industrial pela PUC, Eva Schneider também foi "contaminada” pela cerâmica ao sentir o prazer de criar seus próprios objetos para o uso diário. "Não tive essa disciplina na faculdade, mas descobri a cerâmica com outro professor. Me apaixonei de uma forma impactante”, conta. "O que me fascina é poder fazer uma peça que eu vou usar no dia a dia, por isso me dedico ao utilitário. Acho um luxo isso, mas no fundo é bem primitivo. Tem gente que estranha o fato de meu gato comer numa peça de cerâmica, mas é o que falo e o que me encanta, meu trabalho é utilitário”, afirma Eva, que também dá aulas sobre a técnica.

Top 100 Sebrae de Artesanato – escolha que a entidade faz, trianualmente, no Brasil –, a paulistana Marisa Poyares também confessa sua paixão pela cerâmica, o que é comprovado pelas suas belas peças e a dedicação exclusiva a essa arte. Museóloga e pintora, ela garante que sempre gostou de mexer com argila, o que ficava inviável por morar em apartamento, no Rio de Janeiro. "Só quando me mudei para cá, há 16 ou 17 anos atrás, é que pude me dedicar a esta atividade. O que me atrai na cerâmica não é, por exemplo, a cor, e sim, a forma”, conta, acrescentando ser "fã incondicional do minimalismo”. Marisa é uma artista plástica premiada e vem participando de várias exposições individuais e coletivas. 

Com talento de sobra, os "Ceramistas de Nova Friburgo” só têm um destino: o sucesso!

 

 

 Marisa Poyares


 Raldo Bonifacio

Chico Sasek


Os artistas do grupo "Ceramistas de Nova Friburgo”

Ani Ressel

Chico Sasek

Dinah Montenegro

Eva Schneider

Flávio Stern

Francis Kastalski

Laís Magalhães

Lúcia Gomes

Luciléa Noel

Margarethe Albrecht

Marisa Poyares

Mirian Montenegro de Araújo

Raldo Bonifácio Costa Filho

 

Locais onde podem ser encontrados trabalhos do grupo

Centro: Mercado Central, na Vila Amélia e restaurantes O Bode Expiatório e Crescente. 

Mury: Empório do Dengo, Trilhas do Araçari e Pousada Refúgio dos Falcões. 

Cônego: Pavilhão das Artes. 

Lumiar: Parador Lumiar (Boa Esperança).


Além desses locais, existem sete ateliês de portas abertas. Mas é preciso agendar visita. O ateliê de Marisa Poyares fica no Cônego (contato: 22 2528-3424 ou marisapoyares@yahoo.com.br); Lucélia Noel, Cascatinha (22 9909-1346 ou lucileanoel@hotmail.com). Em Mury ficam o de Flávio Stern (22 2519-5694; 2542-2494 ou trilhasdoaracari@gmail.com), e Eva Schneider (22 2519-4005; 2519-4007 ou evasch@terra.com.br). Em Três Picos ficam os de Laís Magalhães (22 9800-8605; 11 9994-48623 ou laismagalhaesceramista@gmail.com) e de Lúcia Gomes (22 2543-3677; 21 7132-0905 ou lucia.gomeslg@yahoo.com.br). No Encontro dos Rios, em Lumiar, fica o Ateliê Beco do Eugênio, de Raldo Bonifácio (22 9261-2998; 9831-0024 ou raldoboni@yahoo.com.br). 

 

 




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