Após a catástrofe, a lição da reconstrução
Uma semana depois de perder tudo, Centro de Nefrologia voltou a oferecer o atendimento essencial em Nova Friburgo
A enxurrada de janeiro deixou o Hospital Raul Sertã bastante danificado. E uma das áreas que mais sofreu foi o Centro de Nefrologia, que teve sua sede prejudicada e perdeu todos seus aparelhos. Mas, mesmo com o problema em seu espaço físico, em apenas uma semana o setor já havia voltado a funcionar, prestando atendimentos às vítimas mais urgentes das chuvas de janeiro.
O Centro de Nefrologia foi inteiramente recuperado. “Tivemos quase um metro de água dentro do Centro, mas conseguimos colocar tudo de volta no lugar”, relata a médica Gelzie Ennes. Após uma reforma em dezembro, o local ficou arruinado pela enchente. De acordo com Gelzie, a equipe conseguiu reerguer o local e comprar 20 das 25 máquinas perdidas, além de consertar outras quatro, inclusive o equipamento de água portátil, que é utilizado para tratamento em outros locais. Vale lembrar que o Centro não faz apenas diálise no prédio do Raul Sertã, ele também é responsável pelo tratamento em outras unidades, como o Day Hospital, Unimed e Hospital São Lucas.
Dos 130 pacientes atendidos, 123 são crônicos e fazem diálise três vezes por semana. Divididos em turnos, eles dependem do bom funcionamento das máquinas para sobreviver. Além deles há também os pacientes que ficam internados e acabam precisando do tratamento. “Nessa época após a catástrofe nós tivemos alguns casos de leptospirose. Desses casos, dois evoluíram para insuficiência renal aguda e precisaram de diálise”, conta Gelzie Ennes. Com a possibilidade de aumento dos casos por causa das chuvas, o pleno funcionamento dos equipamentos é essencial.
Enquanto o serviço não voltava ao normal, os pacientes tiveram que fazer a diálise em outras cidades. “A grande maioria foi fazer o tratamento em Itaboraí, mas alguns também foram mandados para São Gonçalo, Rio Bonito, Macaé, Cabo Frio, Leopoldina, Campos”, explica Gelzie, que só pode reabrir o Centro após uma comissão atestar que tudo estava de acordo com as normas de funcionamento. O transporte era feito por automóveis do governo.
“Não deixamos de funcionar”, afirma Gelzie, orgulhosa. “Temos 20 máquinas novas e recuperamos quatro que estavam seguradas. Ainda estamos com o débito de uma, mas com este número conseguimos nos manter”, relata. O Centro de Nefrologia do Raul Sertã atende a pacientes também de municípios vizinhos, como Carmo, Cordeiro, Duas Barras, Trajano de Moraes, Sumidouro, Cantagalo, Maria Madalena e Macuco.
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