Entre os friburguenses bem informados, entre aqueles que leem jornal, assistem à televisão, ou mesmo aqueles viciados em internet e nas famigeradas redes sociais, não existe um só que não saiba dos trabalhos de digitalização do Pró-Memória. Digo isso visto o volume de emails que pipoca na minha caixa-postal todo santo dia. Entretanto, duvido de ó dó, que alguém, um “friburguensezinho” só, saiba o motivo de toda essa trabalheira, ou “maluquice”, como costumo sempre classificar. Para dizer a verdade, lá no início, por volta do ano de dois mil e cinco de Nosso Senhor Jesus Cristo, eu confesso que também não fazia a menor ideia. Sabia apenas que era necessário digitalizar toda aquela papelada preservando o seu conteúdo e ponto final. Passaram-se os anos, seis para ser exato, o trabalho foi adiante e as ideias evoluíram, afinal, como diz um velho ditado, “trabalhando se aprende”, e como!
Certo dia, no Rio de Janeiro, um amigo e profissional da área como eu, me fez a seguinte pergunta: Nelson, você já pensou o que fazer com todo esse acervo produzido? Onde guardar? De que forma manter esses dados atualizados e íntegros? Já pensou nisso? Pego de surpresa, respondi gaguejando: “Ora, claro que sei!”. E, sem pestanejar, mudei rapidamente de assunto. A viagem de volta não poderia ser diferente: desde o elevado da Perimetral, já quase chegando a Cachoeiras de Macacu, e eu não havia encontrado as respostas para aquelas malditas perguntas. Certamente, encerrados os trabalhos de digitalização o volume de dados não seria pequeno. Como garantir a permanência do acervo digital, quando para isso são necessários recursos e especialização? Deixar por conta do Poder Público?—Decerto não. Deixar por conta da Fundação D. João VI de Nova Friburgo?—Muito menos, pois proteger e cuidar dos originais já é trabalho que basta. Guardar em minha casa?—Nem pensar, dona Diná! Eu seria linchado em praça pública, e com toda razão. Como resolver, então?
Já se foram três anos de trabalho, e põe trabalho nisso! Durante esse tempo, quando também sobraram dificuldades, e todos haverão de lembrar muito bem de tudo o que ocorreu em 2011, digitalizamos muitos milhares de páginas de jornais, outros tantos milhares de manuscritos, livros, revistas, discos 78 rotações, depoimentos, filmes 16 e 35 mm. Uma quantidade tão absurda de dados, impossível de ser expressada aqui simplesmente com palavras. Um volume incontável de bytes, e que continuará a crescer até que tudo termine. Enfim, informações que deverão ser protegidas, recicladas, atualizadas uma infinidade de vezes e, dessa forma, deixadas para as gerações futuras.
Como já dito, a Fundação D. João VI de Nova Friburgo tem o compromisso de zelar pelo acervo documental do Arquivo Pró-Memória, o que significa: higienizar periodicamente, restaurar quando necessário, tomar medidas de proteção contra as ações do tempo, embalar, arquivar etc. E não é só isso, continuar colecionando, catalogando, cuidando, digitalizando e difundindo a História de Nova Friburgo, mantendo viva a memória de nossa gente. Tudo isso é MUITO e não há como fazer mais. Sendo assim, melhor unir esforços e deixar o COMPROMISSO de guardar o ACERVO DIGITAL por conta de toda a sociedade friburguense representada por suas instituições públicas e privadas de maior valor.
Em 2018 Nova Friburgo completará 200 anos, sendo assim, semeamos hoje uma ideia que germinará no ano do nosso bicentenário, para depois seguir em direção ao futuro, um futuro muito além do nosso tempo. Vejamos, então, como isso será possível.
Nelson A. Bohrer (Guguti)
Conheçam mais do
PROJETO DO BICENTENÁRIO DE NOVA FRIBURGO
no portal www.djoaovi.com.br
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