Após seis meses interditada pela Vigilância Sanitária, a Central de Materiais e Esterilização (CME) do Hospital Municipal Raul Sertã foi liberada para retomar as atividades normais. De acordo com a diretora do hospital, Leticia Latini, a CME cumpriu com todas as exigências e já retomou os trabalhos. Ainda de acordo com a diretora, no período em que a unidade funcionou apenas para cirurgias de urgência e emergência, o número de atendimentos caiu pela metade.
“Antes da interdição, eram realizadas de 300 a 400 cirurgias por mês, depois da interdição, o número caiu de 189 a 200. Agora que voltamos a funcionar, podemos realizar até mais do que a nossa média”, afirmou Letícia.
A diretora afirma que depende da Secretaria municipal de Saúde para que o volume de cirurgias seja realizado sem interrupção. “Nós precisamos constantemente do abastecimento do material cirúrgico para continuar realizando os atendimentos”.
O hospital já está realizando um mutirão para atender os pacientes prejudicados pela interdição. Segundo Letícia, os cirurgiões estão fazendo procedimentos fora do horário e a estimativa é de que tudo seja regularizado até o Natal.
Entenda o caso
Atendendo a solicitação do Ministério Público estadual, a fiscalização da Vigilância Sanitária Estadual vistoriou e interditou, na tarde de 9 de junho deste ano, a Central de Materiais e Esterilização (CME) do Hospital Municipal Raul Sertã. A avaliação da unidade havia sido recomendada no dia anterior, em caráter de urgência, pela 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Ministério Público de Nova Friburgo, a partir de denúncia apresentada por cirurgiões que se recusaram a operar sob circunstâncias que poderiam elevar a incidência de complicações operatórias infecciosas.
Em nota, a Superintendência de Vigilância Sanitária da Secretaria estadual de Saúde informou na época que a interdição não impediria o funcionamento da unidade para cirurgias de urgência e emergência, desde que estas fossem realizadas com material esterilizado em outras unidades de saúde em condições de funcionamento, como São Lucas e Unimed, e levado ao hospital em transporte adequado.
Dias depois da interdição, o colunista Massimo divulgou que material procedente do São Lucas foi visto sendo transportado em carro particular e em sacos pretos, ou seja, de forma inadequada na avaliação de médicos. Na época, a Secretaria municipal de Saúde não se pronunciou sobre a denúncia.
Não foi a primeira vez que a Central de Esterilização do Raul Sertã foi interditada pela Vigilância Sanitária estadual após vistoria. Em abril de 2015, a medida atrasou as cirurgias aguardadas por pacientes em pelo menos dois meses. A situação só voltou ao normal em junho daquele ano, quando o governo atendeu às exigências sanitárias do órgão.
Deixe o seu comentário