Bruno Pedretti
Qual o total da população do país por sexo e faixa etária e como está distribuída no território nacional? Qual é a expectativa de vida da população brasileira? Qual é a estimativa de brasileiros que vivem fora do país? Qual o número médio de filhos que uma mulher teria até o fim de seu período fértil? Qual é o tipo de habitação em que vive a população do Brasil? Qual a proporção da população que tem acesso ao saneamento básico? Qual o nível de instrução das pessoas? E as condições de trabalho?
O Censo Demográfico 2010 busca respostas para todas estas perguntas. Desde 1º de agosto, está acontecendo a maior pesquisa do país, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Só em Nova Friburgo, cerca de 180 recenseadores estão visitando os domicílios de todos os friburguenses para saber quantos somos e obter informações sobre as características dos habitantes do município e, consequentemente, do país.
O IBGE é o órgão coordenador e produtor de informações estatísticas e geográficas do Brasil, constituindo-se como o principal provedor de dados do país. A missão do IBGE é retratar o Brasil com informações necessárias ao conhecimento da sua realidade ao exercício da cidadania. O órgão mapeia e analisa o território, conta a população, mostra como a economia evolui através do trabalho e da produção das pessoas e revela como a população vive.
Quase todos os países fazem os seus censos com regularidade. No Brasil isto acontece de dez em dez anos. Os resultados do censo são utilizados principalmente para subsidiar cálculos que definem os recursos financeiros a serem transferidos do governo federal para cada estado e município, determinar a representação política dos estados no Congresso Nacional, conhecer a estrutura da força de trabalho em cada município e subsidiar políticas de saúde, educação e habitação, determinando, por exemplo, onde são necessários hospitais, centros de saúde, escolas e moradias.
O censo deste ano trouxe novidades quanto à coleta de dados da população, como os questionários pela internet e o computador de mão, que auxilia os recenseadores a realizar as entrevistas com mais segurança, rapidez e facilidade. Para todos os recenseadores conseguirem entregar as entrevistas dentro do prazo determinado, os bairros foram subdivididos em setores censitários, que são áreas menores. Os recenseadores visitam as casas usando colete e boné do IBGE, crachá de identificação, computador de mão, e estão sempre com a carteira de identidade em mãos, caso o entrevistado desconfie.
Existem dois questionários que o entrevistado pode responder e que são determinados pelo próprio computador de mão. O primeiro e mais comum é o básico, que possui menor número de quesitos, registrando as características do domicílio e de seus moradores. Este tipo será aplicado na maior parte do território nacional. O segundo é a amostra, que tem um número maior de quesitos e será aplicado apenas nos domicílios selecionados para tal.
Primeiros resultados devem sair em dezembro
De acordo com o coordenador do IBGE em Nova Friburgo, Ronaldo Alves, a cidade está trabalhando no censo demográfico 2010 com 21 agentes censitários supervisores, um agente censitário de informática, 180 recenseadores e mais três pessoas na coordenação da pesquisa. Os primeiros resultados do censo podem ser divulgados em dezembro. “Existe uma previsão de término da coleta feita pelos recenseadores em 31 de outubro, é claro, se tudo correr como o esperado. Mas esse prazo pode se estender um pouco, caso haja algum problema. O IBGE pretende divulgar os resultados preliminares já em dezembro, como, por exemplo, o tamanho da população do Brasil. Perguntas mais específicas virão em segundo plano”, revela Ronaldo.
Apesar da ampla divulgação do trabalho, recenseadores ainda têm dificuldade para ouvir a população
Uma das maiores dificuldades encontradas pelos recenseadores, segundo Ronaldo, é a resistência das pessoas para responder ao questionário. “Existe bastante resistência de algumas pessoas em receber os recenseadores, em alguns prédios e condomínios também estamos encontrando dificuldades. Apesar da ampla divulgação, muita gente ainda não entende a necessidade e a importância do censo”, afirma.
O coordenador do IBGE frisa que todas as informações coletadas pelos recenseadores são sigilosas. “Depois que os recenseadores colhem as informações em cada domicílio, esses dados são lançados direto no sistema e ninguém tem acesso a eles, é extremamente sigiloso”, enfatiza.
Ronaldo diz que nas duas primeiras semanas alguns recenseadores tiveram dificuldade em lidar com o computador de mão, mas nada fora da normalidade. Ele comenta também que quando o recenseador não encontra ninguém em casa, deve voltar às residências até encontrar os moradores. “Os recenseadores devem voltar ao domicílio que não encontrou moradores outras vezes, em horários diferentes, para tentar realizar a entrevista. Eles podem deixar uma folha de recado informando sobre a visita e deixando um telefone para que a pessoa entre em contato e marque o melhor horário para efetuar a entrevista”, frisa.
Ronaldo salienta que a entrevista presencial é preferível, para que os recenseadores possam sanar dúvidas dos moradores, mas há casos de questionários pela internet. “A orientação é que, se possível, sejam realizadas entrevistas presencialmente, pois o recenseador está habilitado a tirar dúvidas dos moradores. Mas, em último caso, existe a possibilidade de ser feito pela internet”, explica.
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