Texto: Eloir Perdigão / Fotos: Amanda Tinoco
Funcionários trabalhando com pincéis e enxada foram as cenas mais vistas nos últimos 15 dias nos cinco cemitérios de Nova Friburgo sob administração direta da Prefeitura, visando o período de finados, culminando no domingo, 2 de novembro. Outros 12 são concedidos pela Prefeitura às comunidades e, segundo o responsável pelo setor de cemitérios da Secretaria Municipal de Serviços Públicos, Gerson Geraldes, funcionam a contento. Só no Cemitério São João Batista, no centro da cidade, são aguardadas cerca de 12 mil pessoas. O uso da capela para velórios é gratuito e a manutenção do espaço é feita durante o ano inteiro pela Prefeitura. No dia de finados são celebradas missas a cada duas horas.
Segundo Gerson, a caiação de meios-fios, muros, paredes e do cruzeiro do São João Batista já está pronta, porém sujeita a ser refeita a cada chuva, como a do último domingo. Até agora já foram retiradas seis caçambas de resíduos só no cemitério do Centro, através de mutirão de limpeza de uma equipe da Secretaria de Serviços Públicos. Esta operação é apenas um reforço do trabalho ali executado durante todo o ano por cinco funcionários, sendo quatro coveiros e um incumbido de limpeza geral.
No Cemitério Trilha do Céu, na estrada Fazenda da Laje, em Conselheiro Paulino, trabalham cinco coveiros, que também se encarregam da capina e limpeza. Outros cemitérios sob administração da Prefeitura são os de Campo do Coelho, Riograndina e São Pedro da Serra, que têm dois funcionários administrativos e um coveiro cada um.
MORRER ESTÁ PELA HORA DA MORTE – Enterros e cremações custam caro. Quem tem algum plano pós-vida tem as despesas cobertas, mas quem não tem precisa meter a mão do bolso. A taxa de sepultamento nos cinco cemitérios sob administração da Prefeitura é de R$ 291,40 a carneira e R$ 146 para cova rasa. O São João Batista não dispõe mais de sepulturas. Sepultamento ali somente para quem tem jazigo perpétuo ou se alguém da família de algum falecido consentir. Atualmente os sepultamentos são realizados somente no Trilha do Céu e nos outros três cemitérios administrados pela municipalidade.
Os jazigos não têm taxa, porém a manutenção é por conta dos familiares do falecido. No São João Batista há casos de famílias que passam muitos anos sem visitar os túmulos, que se encontram abandonados. Quando aparecem nem sabem mais onde ficam e precisam de ajuda para localizá-los. Já as urnas têm preços que variam de R$ 680 a R$ 4 mil, mas podem chegar a R$ 15 mil, as mais luxuosas, que têm até detalhes em ouro.
DIA DE FINADOS – Como acontece todos os anos, o costume de levar flores para enfeitar os túmulos não terá novidades este ano. A venda de flores continuará sendo feita na pista interna da antiga Rodoviária Leopoldina, logo no início da Rua Modesto de Mello (acesso ao Cemitério São João Batista), que estará interditada ao trânsito, juntamente com a Lopes Trovão (atrás da Prefeitura).
Devido ao grande movimento no São João Batista, no dia 2 haverá apoio da Secretaria Municipal de Saúde, com uma ambulância; Polícia Militar e Secretaria de Ordem e Mobilidade Urbana, com os setores de trânsito e posturas. As visitas poderão ser feitas no horário das 7h às 18h, mesmo horário em que o escritório do cemitério estará funcionando para informações em geral. Gerson frisa que os visitantes não devem deixar pertences, como bolsas, por exemplo, sobre os túmulos, a fim de evitar furtos. E um detalhe especial: os visitantes devem evitar recipientes com água, como medida de prevenção à dengue.
Gerson informou ainda que na segunda-feira, 3, outro mutirão com a equipe da Secretaria de Serviços Públicos será feito para nova limpeza do cemitério, principalmente para remoção de velas junto ao cruzeiro. As flores serão retiradas de dez a 15 dias depois.
Mais informações pelos telefones (22) 2533-2176 e 99213-3834.
Gerson Geraldes, responsável pela administração dos cemitérios
O cruzeiro do São João Batista, limpo e liberado para os visitantes
Funcionário da prefeitura dá os últimos retoques no cemitério
O mutirão de limpeza no São João Batista foi realizado nos últimos 15 dias
CEMITÉRIO LUTERANO E CREMAÇÕES – Graças à comunidade da Igreja Evangélica de Confissão Luterana, Nova Friburgo tem seu crematório, situado no Cemitério Luterano, próximo ao Sanatório Naval. Márcio Moura é o administrador do crematório e Áureo Góes, do cemitério.
Acompanhando uma cremação, Márcio acabou falando das duas coisas. O Cemitério Luterano não tem cova rasa, apenas túmulos com duas carneiras, abaixo da linha do solo. A taxa de sepultamento é de R$ 300, mais outra de igual valor, anual, para manutenção.
O Cemitério Luterano mais se assemelha a um parque, um jardim arborizado, cheio de plantas e flores. Provoca uma sensação de paz e tranquilidade. As pessoas não se sentem deprimidas. Porém, manter tudo isto dá trabalho, que é executado por dois funcionários, nas funções de coveiro e zelador.
A média de sepultamentos no Cemitério Luterano é de dois por mês. Com 190 anos de existência, por muito tempo somente os protestantes eram sepultados ali. Atualmente, 75% dos sepultados não pertencem à comunidade luterana. Todos os túmulos estão ocupados. Não há mais vagas. Eventualmente surge uma oportunidade de cessão de uso.
Dentro do Cemitério Luterano funciona o crematório, um galpão com todo o equipamento necessário. Não polui. Dispensa no ar apenas calor. Quem tem plano pós-vida específico tem as despesas cobertas. Quem tem plano comum ou não tem plano a família paga R$ 1.500 para cremação. Segundo Márcio, é um processo mais prático, pois acelera todo o processo para o corpo virar pó. O tempo de cremação depende do peso do falecido. Em média, dura duas horas.
O Cemitério Luterano e o crematório têm administrações próprias, que funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 12h. À tarde, eventualmente. Márcio e Áureo são membros da Igreja Evangélica de Confissão Luterana e fazem esse trabalho voluntariamente.
Neste domingo será realizado culto de finados, às 9h, no Cemitério Luterano, celebrado pelo pastor Adelcio Kronbauer, da Igreja Luterana.
Márcio Moura, administrador do crematório do Cemitério Luterano
O galpão e os equipamentos do crematório, no Cemitério Luterano
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