A partir do dia 27 todos os telefones celulares dos estados do Rio de Janeiro (DDDs 21, 22 e 24) e do Espírito Santo (DDDs 27 e 28) terão o dígito 9 acrescido ao início dos números. A medida visa atender à crescente demanda, e não se aplica a serviços móveis especializados de rádio iniciados com os dígitos 77 e 78. De acordo com o coordenador de Numeração da Anatel, Afonso Feijó, a capacidade do sistema com oito dígitos permite 37 milhões de acessos ao serviço móvel para cada DDD. "Com o acréscimo do nono dígito, a capacidade passará para 90 milhões”, informou.
"No Rio de Janeiro, a capacidade está se esgotando. Atualmente há pouco mais de 20 milhões no DDD 21. Em todo o estado há cerca de 25 milhões. No interior de São Paulo, há aproximadamente 30 milhões de usuários”, acrescentou Feijó.
A capital paulista e algumas localidades próximas que usam o DDD 11 adotaram o nono dígito em julho do ano passado. Segundo a Anatel, não houve grandes complicações para os usuários se adequarem ao novo padrão. "As dificuldades são comuns e as pessoas vão se acostumando com elas. O prazo de dez dias será suficiente para os usuários se acostumarem”, disse o superintendente de Outorga da Anatel, Marconi Maya.
Para evitar transtorno, chamadas feitas com oito dígitos serão completadas normalmente até 5 de novembro. A partir dessa data, uma mensagem orientará o usuário sobre a mudança. "Dependendo da característica de cada rede, a ligação poderá ou não ser completada”, acrescentou Feijó.
Dica para memorizar
Com a proliferação dos celulares, raras são as pessoas que ainda guardam números de telefone na memória. Ainda assim, para quem quiser guardar contatos na cabeça, especialistas dão dicas sobre as melhores formas de dispor os nove dígitos.
Em São Paulo, onde o sistema vigora desde julho de 2012, o dígito extra fez com que a tarefa de falar rapidamente a sequência virasse um verdadeiro trava-línguas. De acordo com o neurologista Luiz Carlos Benthien, especialista em questões de memória, o 9 quebrou o ritmo usado para falar e decorar o telefone, que era formado por dois conjuntos de quatro algarismos: XXXX - XXXX. O próprio hífen havia sido adotado para facilitar essa compreensão. Para ele, no entanto, o problema será solucionado quando os usuários adotarem um ritmo trinário, como já acontece na Europa, onde o número do celular é dito com duas pausas. "Quebras e ritmos ajudam e reconhecer e a guardar informações na memória”, explicou. O novo modelo então seria: 9XX - XXX - XXX.
A previsão é de que os celulares de todo o país estejam padronizados com nove dígitos até o fim de 2016, com a entrada dos estados das regiões Sul e Centro-Oeste, além do Acre e Tocantins. Os demais estados da Região Norte terão o nono dígito acrescido até o final de 2014; e os do Nordeste, além de Minas Gerais, até o fim de 2015.
Deixe o seu comentário