CDL e Sincomércio discutirão com prefeito mudanças no transporte público

Reunião foi acertada durante encontro com vereadores para esta semana
sábado, 20 de junho de 2015
por Jornal A Voz da Serra

Diretores da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e do Sindicato do Comércio Varejista (Sincomércio) de Nova Friburgo vão se reunir com o prefeito Rogério Cabral nesta semana para tratar da proibição de embarque e desembarque de passageiros de ônibus intermunicipais no Centro, determinada pelo governo municipal em maio, e também da implantação do BRS (Bus Rapid System), anunciada para julho. A reunião foi acertada na manhã da sexta-feira, 19, durante encontro dos empresários com vereadores na sede das entidades.

O presidente da CDL e do Sincomércio, Braulio Rezende, convidou os vereadores para conversar sobre as mudanças no trânsito e no transporte público, que, embora afetem diretamente o comércio, não foram discutidas com as entidades. Braulio reafirmou que os empresários apoiam projetos que beneficiam Nova Friburgo, mas discordam da maneira como a Prefeitura coloca em prática suas medidas, sem debatê-las previamente com a população. O presidente se queixou da falta de diálogo do governo municipal com a sociedade civil e os órgãos de classe.

“A proibição de embarque e desembarque no Centro teve impacto enorme na vida dos moradores de Nova Friburgo e de cidades próximas, que vêm aqui trabalhar, estudar, fazer consultas e exames médicos, comprar no comércio. Nunca podemos perder de vista que Nova Friburgo é polo da região. A medida gerou insatisfação e está prejudicando nossa economia. Se os ônibus intermunicipais atrapalhavam tanto o trânsito, a Prefeitura poderia ter limitado a parada a alguns pontos no Centro. Esta é apenas uma alternativa entre as várias que certamente surgiriam se tivesse acontecido um debate com os envolvidos”, acentuou.

Braulio Rezende chamou atenção para a quebra da tarifa única vigente no município caso a Prefeitura insista na proposta de cobrar meia-passagem nos ônibus que fazem a ligação das rodoviárias norte e sul com o Centro. Ele lembrou que a tarifa única foi criada há cerca de 30 anos com objetivo de manter os moradores nas localidades mais distantes, evitando êxodo para as áreas centrais da cidade, e que cumpriu seu papel com sucesso.

“A ideia de tarifa diferenciada acaba com o sistema que vigorou até agora. E pode provocar mais complicações. No momento em que o morador de Duas Pedras passar a pagar tarifa mais baixa, o morador de Olaria vai lutar pelo mesmo direito. Aí teremos um imbróglio que, sem dúvida, chegará à Justiça”, ressaltou.

O presidente da CDL e do Sincomércio defendeu que o projeto do BRS também seja debatido com a comunidade. Segundo Braulio Rezende, pelas poucas informações que conseguiu obter, estão previstas faixas exclusivas para ônibus no Centro e nos principais bairros, o que eliminaria significativo número de vagas para estacionamento. Novamente, o comércio sofreria consequências negativas.

“Temos que pensar ainda: o trânsito na Avenida Comte Bittencourt, por exemplo, vai fluir em uma pista, se hoje não anda com duas? São questões que não devem ser desconsideradas”, ponderou.

Os vereadores que participaram da reunião promovida por Braulio Rezende admitiram que igualmente não foram ouvidos pela Prefeitura sobre as alterações no trânsito e no transporte público da cidade. Líder do governo na Câmara, Marcelo Verly se ofereceu para intermediar contato com o prefeito e ficou de agendar novo encontro na semana que vem, desta vez com a presença de Rogério Cabral.

Além de Marcelo Verly, compareceram à sede da CDL e do Sincomércio os vereadores Nami Nassif, Gabriel Mafort, Sérgio Louback, José Rabello (Zezinho do Caminhão), Gustavo Barroso, José Carlos Ramos Pinto (Jacutinga), Eder Carpi dos Santos (Ceará), Alcir da Fonseca Lima, e representantes dos vereadores Cláudio Damião, Renato Abi-Ramia e Marcio Damazio, presidente da Câmara.

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