Um dos maiores receios da população com a chegada do verão é a probabilidade de infecção pelo vírus da dengue. No ano passado, o município registrou recorde nos casos da doença. Mas o cenário de epidemia parece ter mudado. Pelo menos é o que mostra o levantamento divulgado nesta terça-feira, 1º, pela Subsecretaria municipal de Vigilância em Saúde.
De acordo com os dados, do dia 1º até 31 de janeiro, foram registradas 89 notificações da doença; destas, quatro foram confirmadas. Se comparado a 2016, o número é expressivamente menor. Isso porque, no mesmo período do ano passado, Nova Friburgo teve 813 casos de dengue confirmados. Uma queda de 99,5% apenas entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
De acordo com a gerente de Vigilância em Saúde, Fabíola Braz Penna, a diminuição nos casos da doença pode estar associada ao grande número de pessoas que já tiveram a dengue com o tipo de vírus isolado, o tipo 1, no último ano. Entretanto, a doença possui quatro tipos, o que ainda pode representar risco de epidemia para a população. Por esse motivo, Fabíola ressalta a importância da prevenção contínua.
“Apesar da redução drástica, é preciso fortalecer as ações e a vigilância tem que ser mantida. A população precisa continuar a ação de controle do Aedes aegypti”. Ainda de acordo com o levantamento da Saúde, o município registrou três casos suspeitos de zika em grávidas e um de chikungunya neste primeiro mês do ano. Nenhum, entretanto, foi confirmado.
Para ajudar na prevenção ao mosquito Aedes aegpyti, a Cruz Vermelha em Nova Friburgo está distribuindo repelente aos idosos e gestantes. A distribuição acontece todas as quintas-feiras, das 13h às 17h, na sede da organização, na Praça Getúlio Vargas 92, 1º andar, Centro.
Comitê de Mobilização
Em 2016, Nova Friburgo registrou quase 6 mil casos confirmados de dengue. De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado no ano passado, ao todo foram 8.808 casos notificados da doença, sendo 5.690 confirmados. Entre os casos de zika vírus, foram 108 notificações, sendo 7 em gestantes e 26 em não gestantes confirmados. A cidade também registrou 16 notificações de chikungunya, sem nenhum caso confirmado.
Para conter a grande proliferação do Aedes aegpyti, foi criado um Comitê de Mobilização Social contra o mosquito. A iniciativa, que envolve diversas entidades e secretarias municipais, promove um trabalho conjunto para elaboração de ações e discussão de dados sobre as doenças transmitidas pelo mosquito.
O último encontro realizado pelo comitê aconteceu nesta terça-feira, 31, no auditório do Centro de Saúde Dr. Sylvio Henrique Braune, no Suspiro. Na ocasião, a equipe de Vigilância em Saúde apresentou vídeos sobre as ações para combate ao mosquito e o trabalho de conscientização de crianças, jovens e adultos.
De acordo com Fabíola, as visitas domiciliares devem continuar, mas frisou que “a limpeza e colocação de telas nas caixas de água das residências é de responsabilidade do morador. A Prefeitura somente faz essa atividade em caráter de emergência, para que as doenças não se espalhem. Afinal, caixa d’água aberta não é perigosa somente por causa da dengue, água contaminada também pode causar outras doenças”, ressalta.
Outra questão discutida na reunião foi a exposição de pneus ao ar livre, considerados um dos maiores desafios do combate aos focos do mosquito no município. As últimas ações desenvolvidas em Nova Friburgo aconteceram em Olaria, Conselheiro Paulino, Centro e Jardinlândia. A próxima reunião do comitê está marcada para o próximo dia 21 de fevereiro, às 10h, no auditório do Centro de Saúde Sylvio Henrique Braune, no Suspiro.
Reconhecendo os sintomas da dengue
Diagnosticar a doença de forma precoce pode evitar muitos transtornos. No caso da dengue não é diferente, e reconhecer como a infecção se manifesta pode ser um grande facilitador para o tratamento. Se os sintomas da dengue forem reconhecidos, é fundamental procurar um médico o mais rápido possível. De acordo com especialistas, de modo geral, a doença tem evolução rápida.
São quatro os tipos do vírus: DEN-1, o DEN-2, o DEN-3 e o DEN-4. Entretanto, eles costumam causar os mesmos sintomas. A diferença é que, cada vez que você pega um tipo do vírus, não pode mais ser infectado por ele. Ou seja, na vida, uma pessoa só pode ter dengue quatro vezes.
Os principais sinais da doença são dor de cabeça; febre súbita e alta; manchas vermelhas, parecidas com sarampo, na pele; dor atrás dos olhos; náuseas e vômito; moleza e cansaço, além de dor nos ossos e nas articulações. Nos casos mais graves da doença, o paciente ainda pode apresentar sinais de desmaio, náusea que o impede de se hidratar pela boca, falta de ar, tosse seca, fezes pretas e sangramento.
Ainda segundo especialistas, 70% a 90% das pessoas que pegam a dengue pela primeira vez não têm nenhum sintoma. Mas nos casos mais graves, a doença pode ser hemorrágica ou fulminante, levando à morte.
Não há medicamentos específicos para o tratamento da dengue, os remédios receitados pelos médicos servem para aliviar as dores, mas a hidratação do paciente é parte importante do tratamento, já que a dengue é uma doença que faz a pessoa perder muito líquido. Por isso, é preciso beber muita água, suco, água de coco ou isotônicos. Bebidas alcoólicas, diuréticas ou gaseificadas, como refrigerantes, devem ser evitadas.
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