Caso Rastafare: acusado de atentado em ensaio de carnaval é condenado a 104 anos

quarta-feira, 31 de dezembro de 1969
por Jornal A Voz da Serra
Caso Rastafare: acusado de atentado em ensaio de carnaval é condenado a 104 anos
Caso Rastafare: acusado de atentado em ensaio de carnaval é condenado a 104 anos

Fotos: Leonardo Vellozo 

Após dois dias de julgamento, Rubens Leandro Berriel, 26 anos, deixou o Tribunal do Júri no Fórum Juiz Rivaldo Pereira Santos no início da noite de terça-feira, 9, condenado a 104 anos de prisão em regime fechado. Ele foi considerado culpado pelas mortes do jovem Daniel Fernandes Combat, 22 anos, e da recepcionista de consultório médico Wandariete Klein, 43 anos, e ainda por ter ferido à bala outras dez pessoas. Todos participavam, na noite de 13 de janeiro de 2013, de um ensaio de carnaval do bloco Rastafare na Rua Jardel Hottz, em frente ao estádio do Friburguense, em Olaria, quando o atirador surgiu em meio à multidão atirando. Houve muito pânico e correria. Daniel — que seria o alvo do atentado — morreu no local com três tiros e Wandariete, que fora ao ensaio buscar o filho adolescente, não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital Raul Sertã.   

Berriel deixou o fórum na Avenida Euterpe Friburguense com escolta da PM e foi levado para um presídio da Polinter no Rio de Janeiro. Ele chegou a ser hostilizado por alguns parentes e amigos das vítimas, que ensaiaram um coro chamando-o de "assassino”. O acusado permaneceu com a cabeça baixa enquanto era levado ao camburão da PM. Seus advogados anunciaram que vão recorrer ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Mesmo se a sentença inicial do juiz da 1ª Vara Criminal de Nova Friburgo, Márcio Gava, for mantida, o acusado poderá cumprir até 30 anos de reclusão, o máximo permitido pela lei brasileira. Também parte da pena poderá ser reduzida por bom comportamento e falta de antecedentes criminais. 

A sentença proferida condenou Berriel também por dez tentativas de homicídio triplamente qualificado, após o juiz Márcio Gava ter ouvido mais de 20 testemunhas. A decisão final coube ao júri popular composto por sete cidadãos. Segundo a Justiça, o atentado no ensaio de carnaval que resultou em duas mortes e dez feridos fora motivado por uma vingança entre Berriel e Daniel. Outro acusado do crime, Frederico de Souza Santos, continua foragido e mais dois suspeitos foram presos três dias depois do atentado, mas recorreram da decisão.  


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