Casas em escombros dão lugar a estacionamentos no Centro

Dois estacionamentos rotativos foram abertos em áreas que eram referência de tristeza e destruição
quarta-feira, 26 de agosto de 2015
por Flávia Namen
As áreas revitalizadas contrastam com as ruínas ainda expostas na lateral do Edifício Monte Carlo, um dos símbolos da tragédia de 2011 (Foto: Lúcio Cesar Pereira)
As áreas revitalizadas contrastam com as ruínas ainda expostas na lateral do Edifício Monte Carlo, um dos símbolos da tragédia de 2011 (Foto: Lúcio Cesar Pereira)

Um dos trechos mais castigados pela catástrofe climática de 2011, a Rua Juvenal Namen ganhou novos empreendimentos que estão melhorando a paisagem. Dois estacionamentos rotativos foram abertos em áreas que por muito tempo foram referência de tristeza e destruição pelas casas em escombros que abrigavam. O fato foi comemorado pelos moradores do entorno, cansados da ocupação indevida dos terrenos e da sujeira que tomava conta do trecho. É o que revela o empresário Antônio José de Araújo Fernandes, que há cerca de um mês abriu um dos estacionamentos.

“Muita gente tem vindo me agradecer pela iniciativa de abrir o estacionamento. O local estava servindo como ponto de encontro para desocupados e usuários de drogas. Até pessoas fazendo sexo podiam ser vistas no trecho, que era evitado pelos moradores, principalmente à noite”, afirma Antônio José. Ele acredita que os empreendimentos são o primeiro passo para a recuperação total do trecho. “Fizemos uma ampla limpeza na área, inclusive em terrenos próximos, o que melhorou o aspecto da rua. Aqui ao lado, o Mário Lo Bianco também abriu um estacionamento e isso afastou os desocupados. Resta agora recuperar esse prédio (Edifício Monte Carlo) para que a rua seja revitalizada”, destaca ele. 

Prédio continua interditado e atraindo muitos curiosos

A indefinição sobre o que será feito no Edifício Monte Carlo é motivo de preocupação para moradores e comerciantes do entorno, conforme relata Antônio. “Outro dia, a Defesa Civil esteve aqui e colocou uma fita interditando parte da calçada do prédio. Uma senhora que estava passando criticou a ação e cobrou providências mais eficazes da prefeitura”, afirma Antônio. O empresário também demonstra preocupação com as ruínas que permanecem expostas na lateral do imóvel. “Deveria ao menos ter uma tela de proteção ali para dar mais segurança a quem passa”, sugere ele. 

A colocação da tela também poderia ajudar a evitar que o local continue atraindo curiosos, que até hoje costumam circular no trecho. “Outro dia veio um grupo de umas 35 pessoas aqui para ver o prédio e tirar fotos. Isso é muito negativo para a cidade. Friburgo tem tantos lugares bonitos, mas esse prédio acabou entrando no roteiro turístico de muita gente que visita a cidade”, dizem Antônio e o filho, Danilo, que também trabalha no estacionamento.

Vale lembrar que, em agosto do ano passado, uma comitiva de proprietários do edifício participou de reunião com o prefeito Rogério Cabral e demais autoridades. A proposta do encontro foi buscar uma saída para o impasse do imóvel, interditado e desabitado desde janeiro de 2011. Passado um ano do encontro, nenhum avanço foi registrado e o local permanece como uma das referências da catástrofe climática que castigou o município.
 
Área isolada devido a queda de rebocos, segundo Defesa Civil

A redação de A VOZ DA SERRA entrou em contato com a Subsecretaria de Comunicação Social da Prefeitura de Nova Friburgo para saber detalhes sobre a interdição da calçada do edifício e se há algum projeto em andamento para liberação do imóvel. A assessoria emitiu a seguinte nota: “A Defesa Civil de Nova Friburgo informa que já emitiu relatórios em diversas ocasiões sobre a situação do Edifício Monte Carlo, que continua interditado por oferecer risco à vida humana e bens patrimoniais. Há duas semanas a Secretaria Municipal de Defesa Civil recebeu uma denúncia sobre rebocos que se desprenderam do prédio em questão. Um agente foi até o local para isolar com fita zebrada o espaço que oferecia risco, cumprindo, mais uma vez, o seu dever. A Defesa Civil esclarece ainda que um imóvel só pode ser desinterditado quando cessarem todas as causas, internas ou externas, que possam trazer riscos àquele imóvel, e consequentemente, aos moradores, transeuntes entre outros. O que, no caso, deverá ser decidido entre os condôminos.”

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