Casa de Passagem abre hoje

Comunidade de Mury recebeu autoridades para discutir sobre a chamada “Vila Sorriso”
quarta-feira, 03 de julho de 2013
por Eloir Perdigão
Casa de Passagem abre hoje
Casa de Passagem abre hoje

O Observatório Social de Nova Friburgo promoveu reunião na noite de segunda-feira, 1º, no salão da Paróquia São Cristóvão, em Mury, para tratar da Casa de Passagem, que será aberta hoje naquele distrito. Estiveram presentes o prefeito Rogério Cabral, os secretários Simonne de Almeida Pinto, de Assistência Social, e Edson Lisboa, de Projetos Especiais; vereadores, o presidente do Observatório, Ivan Prado Fernandes, representantes do Rotary Clube Mury, associação de moradores e Circuito Sabor Mury, observadores e cerca de 50 moradores. De acordo com Ivan, a reunião foi muito proveitosa.

A Casa de Passagem, que o governo municipal batizou de Vila Sorriso, tinha tudo para ser aplaudida pela comunidade local, mas, por um problema de comunicação social os moradores estavam em pé de guerra com a Prefeitura. No entanto, a secretária Simonne fez uma apresentação detalhada do projeto e respondeu a todas as perguntas. O prefeito também foi solícito e permaneceu o tempo que foi necessário para responder as perguntas, de forma que ninguém ficasse com dúvidas sobre o projeto.

Como cita Ivan, com a Vila Sorriso "Mury vai irradiar amor através desse projeto”. Será a oportunidade para jovens que estão totalmente arrasados psicologicamente — ora por terem sido abusados em família, ora porque a família se destroçou — não fiquem pelas ruas, embaixo de marquises e tenham amparo, afinal, não são infratores, um ponto que a secretária Simonne frisou bem. A lotação máxima da casa é de 20 crianças e adolescentes.

A abertura da Vila Sorriso está marcada para esta quinta-feira, 4 (o horário ainda não havia sido definido), o que já permitirá que um adolescente friburguense, até então alojado na cidade do Rio de Janeiro, seja reconduzido a Nova Friburgo. Outras crianças friburguenses alojadas em municípios periféricos também serão conduzidas à nova Casa de Passagem da cidade. "Esse ponto é fundamental: nós, por não termos um local para abrigarmos essas crianças tão sofridas, temos que fazê-las sofrer mais ainda mudando-as para outros municípios, onde ficam totalmente sem visitas de seus parentes, sem poder frequentar escolas onde já são alunas e tudo mais”, salienta Ivan.

Com algumas exceções, as exposições do prefeito e da secretária de Assistência Social foram bem aceitas. O assunto já havia sido tratado também pelos vereadores na reunião da Câmara Municipal no dia 24 de junho passado. Afinal, trata-se de um projeto completamente diferente. A Vila Sorriso dará novamente aconchego de um lar a no máximo 20 crianças e adolescentes desassistidos, que vão ter tratamento oferecido por psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais. "Essas crianças vão ter tratamento carinhoso. A secretária fez questão de frisar isso para a gente e desfez dúvidas também, inclusive de que não são menores infratores, e nunca haverá fuga, porque não são presos. São crianças que estão residindo na casa; vão para a escola, vão circular normalmente como crianças moradoras, desde os recém-nascidos até jovens de 17 anos e 11 meses. E a partir de 18 anos não podem mais ficar lá”, comentou Ivan.

O presidente do Observatório e também comerciante de Mury acentuou que se trata realmente de uma casa onde crianças e adolescentes permanecerão o tempo necessário para que ressocializem, sejam colocados de novo no seio da família ou em outro lar, ou até mesmo adotados. Segundo ele, a partir dessa reunião, a comunidade de Mury entendeu, aceitou e passou a ter outra visão do projeto, com algumas exceções.

Uma comissão ficou de visitar a casa antes da inauguração, antes da chegada das crianças e adolescentes e acompanhar o projeto. É formada pelo Rotary Clube Mury, associação de moradores, Circuito Sabor Mury e Observatório Social de Nova Friburgo, além de mais três moradores. A ideia de "enfiar uma batata quente goela abaixo” da comunidade foi desfeita, garante Ivan. "A gente achava que estava cuidando de espinhos e estamos cuidando de flores”, finalizou.

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