Carteiro por profissão e colecionador por paixão

terça-feira, 12 de outubro de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Leonardo Lima

Atari, Telejogo, Motorama, Velocípede, Cai-não-cai, Genus, Pega Vareta. Esses são alguns dos inúmeros brinquedos que o colecionador Rogério Albertini guarda em sua casa. Apaixonado há décadas por qualquer tipo de coleção, ele afirma que o nascimento de seu primeiro filho foi uma motivação extra. “Minha intenção era guardar estes brinquedos para mostrar a ele quando estivesse mais velho. Queria que ele visse o que fez parte da infância e juventude do seu pai. O problema é que falta tempo e espaço para aumentar minha coleção” diz.

De fato, Rogério se desdobra como pode para manter sua paixão. Além de trabalhar como carteiro, ele entrega jornais de madrugada. “Tenho a intenção de parar com a entrega de jornais e tentar me organizar melhor” revela. Em uma rápida visita ao seu acervo, chama atenção o estado de conservação dos brinquedos. “Todos estão funcionando. Recebo muitas doações e se daqui a dez anos a pessoa vier aqui vai ver que eles estão do mesmo jeito” garante. Para isso, ele conta que há um cuidado em especial. “Eles só estão bem conservados porque nunca deixei meus filhos brincarem sozinhos. Não é egoísmo, mas acontece que também já fui criança e sei como brinquedos nas mãos delas não duram muito tempo” explica.

Com o surgimento da internet, Rogério acredita que a aquisição de novos artigos se tornou ainda mais fácil. “Já comprei de gente do Amazonas e do Paraná, por exemplo. Às vezes você tem um brinquedo repetido e pode trocar, fazer um intercâmbio” esclarece. Questionado se aceita negociar algum brinquedo, ele responde que o apreço que tem por eles fala mais alto. “Tento relutar até o último momento. O que prevalece não é o valor financeiro e sim o sentimental. A minha intenção é aumentar a coleção e não me desfazer dela” comenta.

Em relação à evolução dos brinquedos, ele acredita que a grande mudança se deu com o surgimento do computador. “Os brinquedos de hoje em dia são cópias dos que existiam no passado. Hoje o que predomina são os videogames, os jogos de computador, mas ainda assim as brincadeiras antigas se mantêm” opina. Após realizar diversas exposições ele informa que está aberto a convites. “Não adianta ter isso tudo guardado e não mostrar para ninguém” reforça.

Entre os seus artigos prediletos, Rogério aponta uma bola Dente de Ouro da década de 80, o primeiro videogame “caseiro” que foi comercializado e o seu super-herói favorito: o Capitão Aza. “Me recordo com saudade dos desenhos dele na antiga TV Tupi, na década de 70. Tenho disco do Capitão Aza e alguns programas gravados. Era um sucesso. Marcou muito, especialmente para quem tem hoje uns 40, 45 anos” relembra. Os interessados em conhecer um pouco mais das coleções de Rogério podem acompanhar o programa Direto do túnel do tempo, que ele apresenta todo sábado, das 16h às 17h, na rádio Nova Friburgo AM (660Khz).

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