FOI ESCLARECEDORA e motivadora a entrevista com o novo comandante do 11º BPM de Nova Friburgo, tenente-coronel Eduardo Vaz Castelano, publicada na edição do último final de semana em A VOZ DA SERRA. Esclarecedora por levantar questões sobre as dificuldades do exercício da profissão em meio à crise financeira do Estado do Rio. E motivadora por colocar o dedo na ferida que afeta a sociedade como um todo – a violência e o tráfico de drogas envolvendo principalmente os jovens.
RELATÓRIO divulgado pelo Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Delito (UNODC) mostra que o Brasil ocupa o terceiro lugar em homicídios na América Latina. Os homens jovens são os mais expostos ao risco de homicídio intencional e um entre 50 será assassinado antes de completar 31 anos.
TAIS números evidenciam uma inadequação das campanhas sobre a violência, cujos apelos se dirigem ao público adulto e falham por não atingir os jovens, faixa mais envolvida nos crimes. Enquanto os adultos opinam entre a garantia constitucional ou as sombrias estatísticas que apontam 1 brasileiro assassinado por arma de fogo a cada 15 minutos, as crianças assistem a tudo sem compreender e os jovens ficam fora do debate.
NASCIDA sob o domínio da mídia eletrônica e da globalização, a juventude cresce assistindo os mais diferentes tipos de violência, acostumando-se com a banalização da vida praticada hoje mundo afora. E, sem a devida formação, admite mesmo armar-se para se defender. É notório o envolvimento da juventude neste tema e, infelizmente, valoriza-se mais a morte que a vida, oferecendo ao jovem uma realidade bem diferente da qual deveria viver.
COMO detentor do uso legal da força, cabe ao governo propor políticas sérias e consistentes de combate à criminalidade, preenchendo, também, lacunas sociais históricas como a educação, a saúde, moradia e emprego. As crianças precisam enxergar um futuro melhor e os governantes não podem frustrar estas expectativas. É preciso investir muito mais do que hoje se gasta, para diminuir tantas diferenças e, se possível, a violência.
MAIS uma vez batemos na mesma tecla - a educação parece ser a solução de alguns dos problemas mais graves da atualidade, entre eles a violência. Somente pela educação, em sentido amplo, pelo combate à ignorância, é que poderemos criar condições de implantar a ideia de paz e de respeito aos direitos humanos e à natureza.
NESTES tempos de intolerância e agressividade, a educação é a alternativa, não para fazer milagres, mas para formar cidadãos em condições de enfrentar a crise em um mundo de incertezas e perplexidades. E os problemas podem começar a ser solucionados pela sua compreensão. Assim, é pela formação voltada para a valorização dos direitos humanos que se criarão novas perspectivas de vida e de convivência.
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