Fiz do exemplo dos meus pais a base ética e moral que me conduziu vida afora. Deixei a Igreja (ou ela nos deixou?) mas vi em casa a partilha cristã da sopa e do pão, que minha mãe preparava para os pobres, toda quinta-feira. Na Bíblia encontrei a alma humana: sua natureza santa e diabólica deste ser—único na Terra—que mata sem necessidade. Capaz de grandes virtudes e das maiores perversidades: como vimos expostas na Sua Santa Madre Igreja. Confirmei também na prática da Psicanálise o quanto somos um oceano de incompletude. A religião outrora deu respostas a este vazio imenso. Procurando sentido para a vida encontrei o chão e o céu, novamente na Igreja, através da Teologia da Libertação. Foram os Marxistas Cristãos que deram a base para um pobre operário-cristão se tornar o maior presidente da História do Brasil. Exemplificar que Marx e sua obra estão mais vivos que nunca, e talvez tenha sido ele mais “cristão na práxis” que algumas Encíclicas sugeriam. O Sermão da Montanha parece ser o Primeiro Manifesto Comunista. E vemos agora no Brasil 40 milhões terem comida e dignidade, e 50 milhões nos EUA descerem à pobreza mais pobre, perto da indigência. E em Cuba? Escolas, educação, arte, esportes, hospitais, tratamento digno aos loucos; fora a solidariedade sempre prestada aos mais necessitados, como na África. Foi de Cuba e não de Roma, que veio o exemplo para tornamos o Brasil mais digno, e acolhermos os irmãos mais pobres, sobretudos os nordestinos lascados de Portinari. O senhor critica o marxismo e o modelo cubano, está muito mal informado. E se o L’osservattore Romano, jornal oficial da Igreja Católica, que à época lamentou a morte do monstro—católico—torturador, o americano Dan Mitrione, Sua Santidade Papa Bento XVI…algo realmente parece estar errado.
Na Igreja e em Roma. Não em Cuba e nem no Brasil. A Teologia da Libertação teve aqui seus mártires (e santos) porque eram radicalmente cristãos. Está entre os grandes frutos e exemplos advindos da Igreja divinamente humanizada no Brasil, um exemplo para o mundo que se deseja civilizado, sem torturas e assassinatos políticos, nunca esclarecidos. No Brasil pós-Lula os ricos ficaram muito mais ricos e os pobres menos pobres. Sem Luta de Classes, sua santidade! Acredite.
João Carlos Moura/ Editor do résPÚBLICA
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