Uma parceria do Ministério da Saúde com a Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio de Janeiro tem feito circular por todo o interior fluminense uma carreta com consultórios e laboratório que atendimento gratuito e exames para estimular a prevenção e o tratamento de doenças de pele, principalmente a hanseníase. Uma das intenções do projeto Roda Hans é também combater o preconceito associado à doença. A unidade móvel estará em Nova Friburgo da próxima segunda-feira, 9, à quarta-feira, 11, no estacionamento da UPA, no distrito de Conselheiro Paulino.
Na segunda-feira, uma equipe realizará um treinamento teórico e prático com médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e odontólogos da região, com objetivo de capacitá-los para o diagnóstico precoce e tratamento. O atendimento ao público ocorrerá na terça-feira, 10, e quarta-feira, 11, das 9h às 17h, com a realização de testes de hanseníase e oferecendo esclarecimentos sobre a doença. O atendimento terá foco principal nos pacientes que já tiveram hanseníase nos últimos cinco anos.
A hanseníase (antigamente chamada de lepra) é uma doença crônica, transmissível, que pode ocasionar lesões neurais, conferindo à doença um alto poder incapacitante, sendo este o principal responsável pelo estigma e discriminação às pessoas acometidas pela doença. É importante lembrar que o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento e acompanhamento da doença em unidades básicas de saúde e oferece medicamentos seguros e eficazes. O tratamento, portanto, é ambulatorial e não necessita de internação.
A carreta do projeto Roda-Hans tem ainda o apoio da indústria farmacêutica Novartis, a Associação Alemã de Assistência aos Hansenianos, Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), que buscam a erradicação da doença até 2020.
Hanseníase tem cura
Com mais de 70 mil atendimentos, a carreta Roda-Hans completa dez anos como uma das principais iniciativas de erradicação da doença no país. O tratamento poliquimioterapia (PQT), que está disponível gratuitamente em toda a rede pública do Brasil, cura a hanseníase, interrompe sua transmissão e previne as deformidades. O tratamento é doado pela indústria Novartis por meio da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A hanseníase é causada pela bactéria Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, que lesiona os nervos periféricos e reduz a sensibilidade da pele. Geralmente, o distúrbio ocasiona manchas esbranquiçadas em áreas como mãos, pés e olhos, mas também pode afetar o rosto, as orelhas, nádegas, braços, pernas e costas. O Brasil está em segundo lugar no ranking de países com novos casos de hanseníase, segundo a OMS.
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