O Centro de Atenção Psicossocial (Caps II) fez uma bela manifestação na Praça do Suspiro pelo Dia de Luta Antimanicomial — útimo dia 18. O encontro foi organizado por usuários e voltado a incentivar a inserção na sociedade, em detrimento da clausura e isolamento.
“Essa data é muito importante para o Caps”, explica Sandra Leal, coordenadora da instituição em Nova Friburgo. “Porque não é um movimento contra os manicômios já existentes, mas sim a favor do tratamento por centros de atenção, deixando o paciente livre e buscando a inserção dele na sociedade, ajudando-o a trabalhar e a quebrar esse preconceito de que louco tem que ficar preso, isolado. Tudo aqui foi organizado pelos próprios usuários, e os produtos à venda também foram feitos por eles. Então é importante a gente mostrar que vale a pena investir nessas pessoas, reinserir na sociedade, porque na verdade a clausura não vai curar, na maioria das vezes só vai piorar.”
Sandra lembra ainda a importância da família para o sucesso do acompanhamento livre. “Esse trabalho funciona muito melhor quando a família está inserida. Sabemos que nem sempre é fácil, porque muitas vezes as pessoas estão desgastadas após vinte, trinta anos de cuidados. É realmente uma situação difícil de lidar, mas a família é peça importantíssima nessa inserção deles. Claro que alguns precisam mais de suporte, outros se viram bem sozinhos. Nós buscamos atender de uma forma ampla, dando apoio ao usuário e à família. É uma livre demanda, todo mundo que chega é acolhido. Temos uma equipe multidisciplinar e a avaliação de um psiquiatra. A partir daí existem atividades terapêuticas, os grupos, as oficinas de marcenaria, tapeçaria, bijuteria, tem o Criarte... Assim nós buscamos criar ocupações e gerar renda também para os usuários”, explicou.
Uma participante que preferiu não se identificar reclamou ainda da falta de apoio por parte da prefeitura em relação à realização do evento, a ponto de não ter havido qualquer divulgação. “Não pudemos divulgar porque nem havia um local certo para o evento ser realizado. Acabamos fazendo aqui no Suspiro porque um dos comerciantes nos cedeu a energia elétrica...”
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