Destruição na Vila Amélia continua a
prejudicar o cotidiano dos moradores
Prejuízos no bairro ainda são incalculáveis
Bruno Pedretti - Fotos: Leonardo Vellozo
A tragédia que afetou Nova Friburgo no dia 12 de janeiro não para de fazer vítimas. O número de mortos na cidade sobe a cada instante e inúmeras pessoas estão sem moradia por conta da queda das enchentes e quedas de barreiras. A Vila Amélia, um bairro que até então era tido como seguro, virou um verdadeiro rio, que continua correndo pela principal artéria do bairro, a Rua Teresópolis. O prejuízo no local é ainda incalculável.
Muitos locais estão sem luz e a concessionária de energia elétrica trabalha para recuperar os danos. Por incrível que pareça, a tradicional feira da Vila Amélia não sofreu grandes prejuízos. Em compensação, na Rua Teresópolis muitos muros foram derrubados, uma galeria de água que passava sob a calçada rompeu, diversos carros foram perdidos e buracos antes inimagináveis surgiram nas ruas de um dia para o outro.
De acordo com o síndico do Condomínio Bom Pastor, Rosemberg Jardim, o prejuízo foi geral. “No mínimo 15 moradores perderam seus carros e só não foram mais porque alguns conseguiram tirar os veículos a tempo”, afirma. Rosemberg diz que as pessoas estão colaborando com a limpeza e uma empresa do Rio de Janeiro faz o trabalho com 50 funcionários. “Estamos precisando de um trator pequeno para retirar toda essa terra daqui”, solicita o síndico.
Na Rua Vereador Geraldo Pinheiro, que dá acesso à delegacia da cidade, uma enorme cratera se abriu com a força das águas. A moradora Geise Lopes, 36 anos, foi afogada pela enxurrada que desceu do clube Sesi. A vizinha de Geise, Márcia Cristina Botelho, só conseguiu se salvar porque viajava com a família no dia do desastre. “Perdi tudo, uma barreira desceu e afetou em cheio minha casa. Graças a Deus não aconteceu nada com a gente, mas estamos sem moradia”, lamenta Márcia.
A leitora de A VOZ DA SERRA, Márcia Cidade, enviou e-mail à redação do jornal afirmando que está preocupada com o rio na Rua Teresópolis, que ninguém consegue fazer com que volte ao curso normal. “Tenho medo disso abalar as estruturas dos prédios, pois estão passando direto por aqui caminhões de entulhos para serem despejados no campo da Filó”, relata Márcia. Ela afirma que alguns moradores estão ilhados e tendo muitas dificuldades para trabalhar. “Não aguentamos mais isso, precisamos de passagem, mesmo que improvisada, para pelo menos correr, caso a coisa piore novamente”, apela Márcia.
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