CANNES 2015: a celebração de uma arte

O Festival de Cannes oferece aos países produtores a possibilidade de apresentarem a riqueza da sua cinematografia
segunda-feira, 01 de junho de 2015
por Jornal A Voz da Serra
CANNES 2015: a celebração de uma arte

O Festival de Cannes 2015 chegou ao fim. Os irmãos Joel e Ethan Coen, que comandaram o júri, anunciaram na noite do dia 24 o grande vencedor da Palma de Ouro: Deephan, dirigido pelo francês Jacques Odiard, superando os cotadíssimos Mia Madre e Youth. Os vencedores são:

  • Palma de Ouro – Deephan
  • Grande Prêmio do Júri – Saul Fia
  • Direção – Hou Hsiao-hsien (The Assassin)
  • Ator – Vincent Lindon (La loi Du Marché)
  • Atriz – Rooney Mara (Carol) e Emmanuelle Bercot (Mon Roi)
  • Roteiro – Chronic 
  • Prêmio do Juri – The Lobster
  • Palma de Ouro curta metragem – Waves 98
  • Prêmio Camera d’Or – La Tierra y La Sombra

O novo e o original sempre fizeram parte do festival de Cannes, que este ano comemorou 67 anos. Desde as suas origens, é fiel à sua vocação fundadora: revelar e valorizar obras para servir à evolução do cinema, favorecer o desenvolvimento da indústria do filme no mundo e celebrar a 7ª arte a nível internacional.

O Festival Internacional do Filme foi criado por iniciativa de Jean Zay, ministro da Instrução Pública e das Belas Artes, que desejava implantar na França um evento cultural internacional capaz de rivalizar com a Mostra de Veneza. Primeiramente previsto em 1939 sob a presidência de Louis Lumière, só mais de um ano após o fim da guerra, a 20 de setembro de 1946, foi aberta a 1ª edição do Festival em Cannes, que passou a ser realizada em maio, anualmente. 

Fama internacional foi rapidamente conquistada 

Embora as primeiras edições do Festival façam dele um evento mundano no qual a maioria dos filmes leva um prêmio, a chegada de estrelas de todo o mundo e a sua cobertura jornalística por toda a mídia global forjam-lhe fama internacional, rapidamente. 

Nos anos 50, o Festival ganhou popularidade graças à presença de celebridades como Kirk Douglas, Sophia Loren, Grace Kelly, Brigitte Bardot, Cary Grant, Romy Schneider, Alain Delon, Simone Signoret, Gina Lollobrigida, entre muitos outros. Assim como, a cada ano, mais e mais países se fazem representar com a seleção de seus filmes e de seus profissionais. 

Desta forma, o Festival de Cannes oferece aos países produtores a possibilidade de apresentarem a riqueza da sua cinematografia.

Para continuar a encorajar esta dimensão, seis novos idiomas foram adicionados ao site oficial em 2010. Além do francês e do inglês, os cibernautas podem agora acompanhar o evento em espanhol, português, chinês, japonês, árabe e russo.

Reflexo de um novo tempo

O Festival de Cannes apoiou-se desde cedo no seu mercado de filmes para promover a dupla natureza do cinema: cultural e econômica. Hoje em dia, com mais de 10.500 participantes e 1.500 projeções, é o primeiro mercado do mundo e contribui para o dinamismo da indústria mundial do cinema. É indissociável do Festival no sentido em que favorece também o encontro e oferece aos profissionais credenciados serviços e ferramentas visadas que lhes facilitam a partilha, a negociação e a descoberta.

O Festival está solidamente enraizado na sua história, mas está também muito atento a receber o que seja novo e original. Ao longo dos anos, evoluiu procurando preservar os seus valores essenciais: o culto à arte cinematográfica, a descoberta de novos talentos, a recepção dos profissionais e jornalistas provenientes de todo o mundo, de modo a contribuir para o surgimento de novos países produtores e incentivar a difusão de seus filmes.

A cada nova edição, nascem projetos, transmitem-se experiências, descobrem-se culturas: é também esta efervescência que faz do Festival de Cannes o reflexo da sua época.

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