A mesa redonda sobre “Música e Identidade” teve início,dia 26, após a abertura realizada pelo prof. Roosevelt Concy,Diretor do campus Friburgo, com a breve exposição do aluno Daniel Daumas Borges, do curso de licenciatura em música, com o título “Questões Identitárias num Mundo Multicultural: a influencia da música nos processos de construção de identidade” tratou das relações entre as centenárias bandas de Nova Friburgo e do modo como têm contribuído para a criação e a manutenção de uma identidade friburguense a despeito do processo de globalização.
A palestra do prof. Marcos Botelho, prof do curso de música da UCAM-NF, intitulada “A Instituição Imaginária de uma Banda” abordou o mundo simbólico no qual as bandas estão inseridas, bem como do sentimento de pertencimento e identidade produzido pelas bandas a partir de diversos elementos específicos. Analisando os mitos de origem das bandas friburguenses, seus repertórios e a rivalidade entre elas, o prof. concluiu com a afirmação de que as bandas de música ainda ocupam um importante espaço da vida cultural da cidade.
A terceira palestra do dia 26, realizada pelo prof Sinesio Jefferson Andrade Silva tratou das práticas musicais da comunidade da Maré a partir de um trabalho realizado por um grupo de pesquisadores oriundos da própria comunidade que utilizam métodos dialógicos e participativos visando a criação de um acervo musical na comunidade e acessível a ela, além da produção de conhecimento sobre as práticas musicais da mesma. Os debates foram coordenados pelo prof. Marcus Wolff, tendo os diversos temas sido discutidos com grande interesses pelos alunos e convidados.
A palestra da prof. Janaína Botelho, intitulada “Nova Friburgo: uma história nada monolítica”, ocorrida na quinta-feira, a partir das 20h30 no auditório da UCAM, abordou diversos temas relativos à história friburguense, desde a chegada dos colonos europeus à região. A partir de uma contextualização da situação política e econômica do Brasil no começo do séc. XIX, a profa. apontou os diversos motivos pelos quais a região de Friburgo foi escolhida para abrigar os imigrantes estrangeiros, bem como estes foram inseridos na economia cafeeira. Tendo como foco a construção da representação de Friburgo como cidade-salubre, a historiadora abordou o modo como a vinda da elite carioca para a região durante os meses do verão afetou a sociablidade e a vida cultural da cidade, que no final do séc. XIX vive sua “Belle Époque”. A palestra ainda avançou sobre o tempo abordando o movimento que possibilitou o começo da industrialização da região, destacando-se aí o papel da trindade teutônica nesse processo. Outros temas abordados, voltados aos interesses dos alunos do curso de pedagogia presentes no auditório, foram a educação e os colégios que fizeram a fama da cidade como pólo educacional. Os debates estenderam-se até depois das 22h, demonstrando o grande interesse dos estudantes.
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