No primeiro debate entre candidatos ao governo do estado do Rio de Janeiro no segundo turno das eleições 2018, Eduardo Paes (DEM) e Wilson Witzel (PSC) discutiram, entre diversos outros temas, o equilíbrio das contas públicas, diante da crise fiscal do estado. Parceria inédita entre a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e o Grupo Bandeirantes de Comunicação, o evento realizado na Casa Firjan, em Botafogo, no Rio, foi parte de série que irá incluir uma sabatina com o eleito e que no primeiro turno contou com rodada entre candidatos a vice-governador.
Mediado pelo diretor de jornalismo do Grupo Bandeirantes no Rio, Rodolfo Schneider, o evento foi transmitido ao vivo na última quarta-feira, 10, pela TV Bandeirantes, Rádio Band News FM e suas redes sociais. No Twitter, o debate ficou nos trending topics do Rio de Janeiro, com a hashtag #debatebandfirjan. No Facebook, a live foi encerrada com mais de 70 mil visualizações únicas e alcance de cerca de 190 mil pessoas.
Um dos assuntos discutidos foi a disparidade entre o destino que as verbas públicas do estado vêm apresentando e o que a população deseja. Como apontou o cruzamento de dois estudos recém-lançados pela Firjan (Diagnóstico do Estado do Rio e a Pesquisa Orçamento Firjan-Ibope junto à população do estado), os fluminenses querem mais aportes em Saúde e Educação, enquanto o governo gasta mais com custeio da máquina pública e Previdência.
Segundo Eduardo Paes, o pagamento da folha e o gasto com a previdência estão altos porque a arrecadação está baixa. “O caminho também é sempre olhar as despesas, ver onde cortar. Não precisa aumentar impostos, mas aumentar a arrecadação”, disse Paes, ressaltando sua experiência na prefeitura da capital carioca. O ex-juiz Wilson Witzel também falou sobre aumento da receita: “Não adianta falar em cortes de despesas e aumento de impostos, é preciso aumentar a receita. Para isso, deve-se atrair investimentos, mudar o modelo econômico de concessões para atrair dinheiro", ressaltou.
Segurança pública
No campo da segurança, outra pesquisa da Firjan serviu de insumo para o debate: o custo da criminalidade para a indústria de transformação fluminense atingiu R$ 8 bilhões em 2017. Witzel defendeu a implantação de um sistema de câmeras, principalmente nos acessos às cidades, como forma de inibir o roubo de cargas. Disse ainda que vai combater a lavagem de dinheiro, para rastrear receptadores. Sobre os grupos armados, afirmou que dará autorização para a polícia "abater" quem estiver portando fuzil.
Eduardo Paes afirmou que, se eleito, vai exigir contundência no combate ao crime, mas ao mesmo tempo investir em inteligência para evitar a morte de inocentes em operações policiais. Ele disse que contará com o apoio das Forças Armadas em algumas ações, como em territórios dominados.
Incentivos fiscais
Questionados a respeito de benefícios fiscais, Paes disse entender que os incentivos são uma política de desenvolvimento, desde que empregos sejam gerados e não haja privilégios e casos de corrupção. Witzel concordou que os incentivos fiscais são fundamentais para atrair empresas para o Rio de Janeiro e que é preciso fazer parcerias para trazer os investimentos.
Em alguns pontos, ambos os candidatos concordaram: querem melhorar a segurança pública para incrementar o turismo; investir nas universidades estaduais e acabar com a vistoria anual de veículos no Detran.
Os candidatos responderam a perguntas de Carlos Gross e Sérgio Duarte, vice-presidentes da Firjan, e também de Jonathas Goulart, coordenador de estudos econômicos da federação. Também fizeram perguntas jornalistas do Grupo Bandeirantes e o público, que participou pelas redes sociais.
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