Câncer de mama: números que assustam

Uma entrevista com o médico ginecologista José Augusto Driendl
sábado, 24 de outubro de 2015
por Ana Borges
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Para contextualizar a situação do câncer de mama, o médico ginecologista José Augusto Driendl ressalta que seria interessante informar, antes de mais nada, que “estima-se 53 mil novos casos de câncer de mama por ano no Brasil e 12 mil mortes por ano. Como temos hoje a possibilidade de 90% de cura, 10.800 mortes poderiam ser evitadas”. E o que faltou a essas 10.800 pessoas? Segundo ele, informação e diagnóstico precoce. Saiba mais nesta entrevista com o único especialista da área a atender pelo SUS, em Nova Friburgo.

Apesar de o tema câncer de mama ser exaustivamente veiculado em todas as mídias que prestam um serviço extraordinário de informação, muitas mulheres não fazem seus exames periódicos”

José Augusto Driendl

Light - O Inca estima que em 2015 serão informados mais de 57.000 novos casos de câncer de mama. Esse número tem sido uma constante, ao ano?
José Augusto Driendl - Segundo estimativas do Inca, o número de pacientes com câncer de mama vem aumentando paulatinamente, sendo este fato visto na maioria dos países.

Esse aumento de casos se deve ao fato de as mulheres estarem fazendo mais exames ou por que a doença tem se tornado mais agressiva?
A revelação do aumento do número de casos ainda está sob investigação científica, mas alguns fatores já foram catalogados, como: aumento da população, aumento da perspectiva de vida da população levando a um maior envelhecimento — estando o câncer de mama relacionado diretamente à idade —, melhora dos meios de diagnóstico e melhora do acesso da população aos recursos de saúde, etc.

O que há de verdade na afirmação de que estamos consumindo alimentos e água contaminados (agrotóxicos, entre outros), sendo um dos agentes responsáveis não só pelo câncer de mama?
Ainda não sabemos a causa exata da causa do câncer de mama, por isso ainda não podemos afirmar categoricamente se esses agentes estão ligados à sua origem. Mas com toda certeza são agentes prejudiciais a nossa saúde.

O que mais tem chamado sua atenção no SUS?
Infelizmente, a grande quantidade de pacientes com câncer de mama em estágio avançado, quando a possibilidade de cura é pequena. Apesar de o tema câncer de mama ser exaustivamente veiculado em todas as mídias que prestam um serviço extraordinário de informação, muitas mulheres não fazem seus exames periódicos.

Qual a faixa etária da maioria das mulheres que o senhor atende?
Dos 40 aos 60 anos.

Tem como prever em que ano teremos o Hospital do Câncer?
Não, porque obras públicas são imprevisíveis.

Há registro de pessoas jovens, entre 20 e 30 anos, terem que se submeter à mastectomia, em Nova Friburgo?
Sim, embora o câncer de mama seja mais comum dos 50 aos 70 anos, temos observado um aumento significativo do aparecimento em mulheres mais jovens, na faixa dos 35 aos 40 anos, ainda sem explicação.

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