Moradores do distrito de Conselheiro Paulino e arredores que passam com frequência pela Avenida Governador Roberto Silveira voltaram a denunciar a paralisação das obras de canalização do Rio Bengalas. Segundo uma fonte do governo municipal, que pediu para não se identificar, no início das obras, em março de 2013, havia cerca de 200 operários trabalhando no local. Aos poucos, a quantidade de profissionais começou a diminuir, até chegar a 30 operários. Há dez dias, quem passa pelas margens do rio não vê ninguém trabalhando no local.
As obras de controle de inundação e recuperação ambiental do Rio Bengalas vêm sendo realizadas em Nova Friburgo pelo Consórcio Rio Bengalas, formado pela EIT Engenharia e a Ferreira Guedes, vencedoras da licitação para a criação do parque fluvial. Com estimativa de três anos e dois meses de duração — os trabalhos devem ser concluídos em abril de 2016 — foram investidos R$ 195 milhões no projeto pelos governos estadual, por meio da Secretaria de Ambiente e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), e federal, com verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
O projeto prevê desassoreamento, dragagem e canalização do rio que margeia o eixo rodoviário de Nova Friburgo, o reflorestamento das margens e a urbanização do entorno, com a criação de ciclovia e áreas de lazer para as comunidades como forma de frear a ocupação desordenada com o consequente estrangulamento do leito. A obra visa evitar uma nova catástrofe em decorrência das chuvas, como a que aconteceu em 2011. Na ocasião, o Bengalas transbordou inundando ruas, invadindo casas e o comércio local.
Na quarta-feira, 11, uma carreta tombou na Avenida Governador Roberto Silveira, em frente a um depósito de bebidas, segundo os moradores, em razão de as margens do rio estarem desniveladas devido à obra. Segundo o Corpo de Bombeiros, ninguém ficou ferido. Ontem, 12, um carro do Consórcio Rio Bengalas foi visto circulando pelo local.
Em janeiro deste ano, A VOZ DA SERRA noticiou a paralisação das obras no Rio Bengalas e o Inea informou, em nota, que as obras estavam paradas temporariamente devido às férias coletivas de fim de ano e seriam retomadas em breve. Na mesma reportagem, o gerente de contrato do Consórcio Rio Bengalas, José Lima, disse que, após o recesso, as obras seriam retomadas no dia 5 de janeiro. Ele garantiu, inclusive, que a paralisação não comprometeria o prazo de entrega. "Está tudo dentro do planejado, tudo no contrato. A partir de março, quando as chuvas começarem a diminuir, aceleraremos os trabalhos”, afirmou. Entretanto, nenhum operário é visto no entorno do rio desde então.
Durante esta semana, a reportagem tentou falar com representantes do Consórcio Rio Bengalas e do Inea, mas só obteve resposta do órgão ambiental na tarde desta quinta-feira, 12. O Inea não confirmou que as obras estão paradas e informou que as atividades no Rio Bengalas continuam sendo executadas. "Algumas alterações no projeto foram necessárias, o que acaba ocasionando mudança no cronograma de entrega”, encerra a nota.
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