Campanha Rio não é lixeira quer conscientizar população para manter os rios limpos

Eloir Perdigão

No ano de 1995 – lá se vão 15 anos – a então 8ª Agência Regional da Superintendência Regional de Rios e Lagoas (Serla), tendo à frente o ecólogo Aristóteles de Queiroz Filho, lançou a campanha Rio não é lixeira, baseada na frase do técnico da Serla, Fernando Araújo Menezes. A Serla deixou de existir por ter sido incorporada ao atual Instituto Estadual do Ambiente (Inea), juntamente com a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema) e Instituto Estadual de Florestas (IEF). Na ocasião juntaram-se à campanha o Centro Excursionista Friburguense, a Federação das Bandeirantes do Brasil/NF, os escoteiros e a Fundação Natureza. O apoio foi dado pela então Companhia de Eletricidade de Nova Friburgo (Cenf, atual Energisa), Rádio Sucesso FM (que gravou um jingle da campanha) e A VOZ DA SERRA, que, aliás, mantém a publicação da mensagem da campanha até hoje.

A campanha, desde o seu início, tinha o objetivo de lançar um alerta à população de que o Rio Bengalas e seus afluentes estavam se tornando uma grande lixeira, contendo todo tipo de detritos, principalmente pneus, caixas tetra pak e plásticos em geral. Para dar visibilidade à campanha, os integrantes das organizações participantes, dotados de luvas e botas, fizeram uma limpeza nas margens e na caixa do Rio Bengalas.

Mais tarde, ainda integrada à campanha, a Prefeitura de Nova Friburgo, através de um projeto ambiental da Secretaria de Meio Ambiente, com parceria da Empresa Brasileira de Meio Ambiente (EBMA), implantou pela cidade os contêineres, chamados ecopontos. Do material recolhido desses ecopontos surgiu o projeto Reciclart, em parceria com o Sebrae/RJ e a Fundação Natureza, resultando na decoração natalina da cidade e também do carnaval, com peças feitas a partir das garrafas PET depositadas pela população nos ecopontos.

Durante o desenrolar da campanha, foram produzidos e distribuídos aos motoristas adesivos plásticos para os automóveis e muitos deles ainda o usam até hoje, tal e qual A VOZ DA SERRA, que continua publicando as mensagens da campanha. Desde então aumentou a conscientização da população sobre a séria questão ambiental. A situação melhorou se comparada à época do lançamento da campanha, mas, apesar de todas as tentativas de conscientização da população, ainda há pessoas que teimam em jogar detritos no leito dos rios. Uma recente limpeza feita nos rios da cidade pela equipe da Secretaria Municipal de Serviços Públicos retirou das águas todo tipo de lixo, com predominância de pneus e televisões.

Não custa lembrar outra vez o que vem sendo difundido desde 1995 por A VOZ DA SERRA: rio não é lixeira.