Eloir Perdigão
Oportunidade de trabalho. Esta é a tônica de quem está trabalhando na campanha política. Pode ser remunerado ou voluntário. A verdade é que este trabalho é como qualquer outro, com uma pequena diferença: a identificação com o candidato. Não há, a princípio, quem trabalhe para um candidato e pense em votar em outro. Une-se o útil ao agradável. Pelo menos até outubro o trabalho está garantido. Depois...
Kátia Girão, 35, moradora de São Geraldo, aproveitou a oportunidade de trabalhar na campanha política por dois motivos: estava parada e assim pode ganhar “um dinheirinho extra”, e por poder trabalhar para o seu candidato preferido, o que a incentiva, junto com suas colegas, que formam uma “equipe legal”, como fez questão de frisar. Na campanha desde o começo, vê esse trabalho como outro qualquer. E honesto.
Viviane Dias Silva, 26, mora no Alto de Olaria, está engajada na campanha política também aproveitando uma oportunidade de trabalho, além da ética do seu candidato. Tendo sofrido na tragédia do ano passado, quando perdeu sua casa, vê no seu candidato a capacidade de administrar a situação por que passa a cidade, em consequência daquele fenômeno climático, o que não vislumbra nos demais candidatos. Viviane acredita que seu candidato tem condições de cumprir as promessas que tem feito. Além disso, está muito satisfeita em compor sua equipe de trabalho.
Jeniffer de Assis Darrihu, 22, residente em Nova Esperança (São Geraldo), trabalha na campanha após deixar o serviço anterior dois dias. Ao procurar trabalho, encontrou a oportunidade de trabalhar para o seu candidato. E julga ser injusto trabalhar na campanha de um candidato que não seja o seu. “Não é legal pedir voto para uma pessoa que você mesmo não daria. Então corri atrás para trabalhar para o meu candidato”, acentua, complementando que trabalhar em campanha política é como qualquer outro trabalho, com boa equipe, unida, boas colegas e mais divertido. É a primeira vez que trabalha diretamente nas ruas, mas está plenamente adaptada.
Josiene Maia Silva, 33, também mora no Alto de Olaria e trabalha na campanha igualmente aproveitando uma oportunidade e pela pessoa séria que julga ser o seu candidato, lhe dando a certeza de que ele poderá renovar a cidade. Sem trabalhar e precisando de dinheiro, a campanha política veio a calhar para Josiene. Melhor ainda porque se integrou à campanha do candidato com o qual se identifica. “Eu gostei muito dele e se ele for fazer mesmo o que tem prometido vai ser muito bom para Nova Friburgo”.
Tiago Schautz, 25, residente em Olaria, difere das trabalhadoras anteriores porque faz um trabalho voluntário. “Eu estou trabalhando mais por idealismo mesmo”, afirma. Ele julga os seus candidatos—tanto para prefeito quanto para vereador—com grande potencial e que podem contribuir muito para a cidade. Servidor público federal, Tiago trabalha na Universidade Federal Fluminense, que estava em greve, mas já retomou as atividades. Enquanto perdurava a greve ele podia se dedicar em tempo integral à campanha, mas agora precisa conciliar o trabalho profissional e o da campanha, “totalmente voluntário, por total idealismo aos candidatos, por acreditar que eles podem contribuir para a cidade”.
Como se pode observar, remunerado ou voluntário, todos os engajados na campanha política o fazem ou por uma oportunidade de trabalho ou idealismo, mas sempre considerando ser um serviço honesto e sério, com objetivo de fazer o melhor pelo seu candidato, como todo e qualquer outro trabalhador. Ao ser abordado por alguém da campanha política nesses 30 dias restantes, seja para que candidato for, é bom enxergar nessa pessoa um trabalhador honesto, como qualquer outro, tratá-lo bem, desejá-lo bom trabalho e, diante da urna eletrônica, então, aceitar sua indicação ou não, como melhor convier. E, se possível, colaborar para que essas pessoas encontrem outro trabalho após 7 de outubro.
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