Campanha de prevenção ao câncer teve 163 atendimentos em Friburgo

Ação que marcou o início do Dezembro Laranja foi realizada em todo o país
terça-feira, 04 de dezembro de 2018
por Paula Valviesse (paula@avozdaserra.com.br)
Ao lado da esposa, Vera, Lair é examinado no posto (Fotos: Paula Valviesse)
Ao lado da esposa, Vera, Lair é examinado no posto (Fotos: Paula Valviesse)

O Brasil se mobilizou para prevenir o câncer de pele, no último sábado, 1º, na campanha que marca o “Dezembro Laranja”. Em Nova Friburgo, a ação promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), com apoio da Secretaria Municipal de Saúde e da clínica Kristall, aconteceu das 9h às 15h, no posto de saúde Silvio Henrique Braune, no Suspiro. Os atendimentos, prestados por seis médicos voluntários, inclusive cirurgiões, incluíram consultas, orientação e encaminhamento para tratamento.

A campanha, que foi iniciada no município há mais de dez anos, sob a coordenação da médica Solange Gonçalves Freitas, da SBD, foi realizada pela segunda vez na unidade de saúde e ampliou os atendimentos prestados. Com a estrutura do posto e o apoio da Secretaria de Saúde com pessoal e também materiais, o trabalho dos profissionais resultou em 163 atendimentos, sendo identificados 24 casos de câncer de pele e realizadas 11 cirurgias e 22 cauterizações.

“A campanha acontece todos os anos no mesmo dia e horário em todo o Brasil. Começamos o trabalho de prevenção agora porque em breve começa o verão, por isso é preciso orientar as pessoas que a exposição ao sol sem proteção causa o câncer de pele, sendo imprescindível o uso de protetor solar. Nesta data atendemos os pacientes, orientamos sobre a prevenção, ensinamos como aplicar o protetor e também detectamos muitos casos de câncer de pele”, disse Solange.

A ampliação das ações de prevenção e tratamento foi promovida pela Secretaria Municipal de Saúde. Segundo a subsecretária de Atenção Básica, Ariadna Heringer, o esforço é maior a cada ano para que os dermatologistas voluntários tenham todo o material necessário para atender ao maior número de pessoas. “Nós fornecemos a estrutura e os materiais cedidos pelo posto de saúde, mas os médicos que participam da campanha também trazem seus instrumentos. Pelo segundo ano consecutivo, com a realização no posto do Suspiro, vemos que está sendo feito não só trabalho de prevenção, mas também de tratamento”, observou Ariadna.

Ano passado foram realizados 234 atendimentos e identificados vários casos de câncer

Na edição de 2017 foram realizados 234 exames. Segundo Solange, os casos mais comuns que são detectados são os carcinomas basocelulares, mas no ano passado também foram feitos dois diagnósticos de melanomas, tipo de câncer que é mais agressivo e que pode levar a morte se não detectado e tratado precocemente.

“No ano passado detectamos 17 carcinomas basocelulares, que é o tipo de câncer mais comum, com mais casos do que qualquer outro tipo da doença. A gente diz que o carcinoma é o câncer ‘bonzinho’, porque ele fica só na pele, não dá metástase e é mais fácil de tratar. Mas sem o tratamento ele cresce, e muito, por isso que ouvimos às vezes relatos de pessoas que ficaram com ‘buraco’ no rosto. Também identificamos dois melanomas, um câncer muito grave, que se não for detectado precocemente ele mata”, conta Solange.

Sobre os melanomas, a médica explica que é um câncer que, quando detectado precocemente, basta apenas a remoção e o paciente está curado, mas quando não é retirado, ele evolui: “Se não retirar ele vai enraizando, dando metástases. Muitas vezes pacientes detectados com outros cânceres, como o de pulmão, por exemplo, descobre que ele foi originado da metástase de um melanoma, de uma pinta que ele nem sabia que tinha. Então quando aparecem pintas, que vão crescendo com cores e formatos diferentes, é importante que a pessoa busque um dermatologista para que seja feita uma avaliação”, afirma a médica.

Já este ano, o número de casos detectados foi maior dentro do total de atendimentos. Foram diagnosticados 14 carcinomas basocelulares, seis casos de melanoma e quatro carcinomas espinocelulares.

Facilidade de acesso e rapidez no tratamento durante a campanha

O casal Lair Bernardo da Silveira, de 71 anos, e Vera Lúcia da Silveira, se deslocaram de Córrego Dantas, a fim de se submeterem a avaliação dos dermatologistas. Lair já foi diagnosticado com câncer de pele e fez um procedimento há quatro anos. Agora ele volta para uma nova consulta, preocupado com as manchinhas que apareceram na cabeça. “Estou tentando marcar uma consulta para ele com um dermatologista, mas não tem vagas. Me pediram para voltar em dezembro, mas o tempo de espera pode chegar a cinco meses. Então essa iniciativa veio num bom momento. Chegamos, fizemos a ficha e logo fomos chamados”, conta Vera Lúcia.

Aos cuidados da médica Solange Gonçalves Freitas, Lair dá detalhes sobre o câncer que teve antes e foi retirado e conta que não costuma andar no sol, usa sempre boné e evita a exposição excessiva: “Trabalhei muito tempo em Niterói, com flores, estava sempre muito exposto, hoje em dia sempre saio de casa com boné e evito ficar no sol”, conta. Depois de avaliado, Lair passou pelo procedimento de cauterização em locais com menor abrangência, como as orelhas, e depois foi encaminhado para o cirurgião voluntário, para uma avaliação de uma ferida maior no couro cabeludo.

Assim como o casal, ao saber da campanha pela imprensa, Eder Marchito, de 56 anos, resolveu aproveitar o sábado para buscar uma consulta. Ele chegou a fazer alguns exames pela rede particular, mas precisava voltar ao médico para mais detalhes: “Achei essa iniciativa extremamente válida, permite um acesso rápido para todas as pessoas. Tive uma pinta no rosto que foi cauterizada, mas precisava voltar. Depois de passar pelo médico a esse respeito fiquei mais atento sobre essa questão do câncer de pele, passei a usar sempre o protetor solar, mesmo em dias nublados, e estou buscando a avaliação de profissionais”, afirma.

 

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