Campanha contra bullying será realizada nas escolas a partir deste mês

Caso haja alguma pŕatica nas escolas autoridades deverão ser acionadas
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
por Amanda Belém
(Foto: WikiCommons/CC0)
(Foto: WikiCommons/CC0)

O que antes era visto como piada, hoje se tornou motivo de debate. A partir de agora, escolas e clubes de todo o país deverão adotar medidas de prevenção ao bullying. De acordo com o Diário Oficial da União do dia 9 de novembro de 2015, uma lei instituindo a medida foi aprovada pela Câmara em outubro e entrou em vigor no início deste ano.

O termo bullying significa em português ameaçar ou intimidar, uma prática violenta que pode agredir física ou  psicologicamente um grupo ou apenas um indivíduo. O projeto determina que haja um preparo pedagógico para os professores e equipes para implementar ações que possibilitem a prevenção e solução dos problemas, assim como a orientação para a família para identificar vítimas e agressores. É estabelecido também que sejam realizados campanhas educativas e fornecida assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e aos agressores. Segundo o texto, a punição para os agressores deve ser evitada, a fim de buscar as medidas corretas que promovam a mudança de comportamento do indivíduo.

A psicóloga Simone Reis orienta pais e filhos a descobrirem os primeiros sinais bullying em ambientes escolares. “É necessário acima de tudo saber o que é o bullying para depois identificar os agressores, os espectadores, os personagens do conflito e por fim saber se a escola trabalha com projetos de prevenção”, explica a psicóloga. “Quando um aluno chega em casa com um boletim cheio de notas baixas e os pais sabem que o filho não possui nenhum comportamento irregular na escola, a presença familiar neste momento é de suma importância. Ele pode estar sofrendo bullying pelos alunos e professores, fazendo com que dificuldades evoluam podendo se transformar em síndrome do pânico e também em défict de atenção”, diz Simone.

A VOZ DA SERRA entrou em contato com a Secretaria de Estado de Educação acordo com informações, já existe um lei municipal de 5 de março de 2013  que instituiu a “Semana de Combate ao Bullying e ao Cyberbullying” nas escolas públicas da rede estadual. Uma pesquisa realizada pela secretaria apontou que cerca de 74% dos alunos consideram que a escola deveria intervir necessariamente – sendo que, para 68%, esse tipo de ato é totalmente inaceitável. Para outros 20%, dependendo do caso, deveria haver intervenção por parte da escola. Apenas 4% dos alunos da rede consideram o bullying uma prática inteiramente normal ou parcialmente normal e que não merece intervenção da escola.

A secretaria oferece também suporte para grupos de acolhimento e encaminhamento de professores e servidores da educação; e são realizadas oficinas para diretores e gestores escolares, a fim de divulgar as redes de apoio e demais políticas públicas da região, como os Centros de Referência da Assistência Social (Cras), os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), os conselhos tutelares e outros.

Caso de Fernanda

Há mais de uma ano Fernanda, aluna do ensino médio, foi vítima de cyberbullying na escola. Fotos foram editadas e publicadas em um site para adultos. Semanas sem ir à escola, Fernanda começou a fazer acompanhamento psicológico e foi diagnosticada com síndrome do pânico, um transtorno de ansiedade no qual ocorrem crises de desespero e medo, e por muitas vezes o indivíduo não consegue ter uma vida social normal.

Os pais de Fernanda descobriram o agressor e fizeram uma queixa na Delegacia de Repressão ao Crimes de Informática (DRCI), localizado no Rio de Janeiro.

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TAGS: Educação | bullying
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