Todas ou quase todas as antigas lojas de Nova Friburgo já fecharam suas portas. Em seu lugar surgiram edifícios, shoppings ou foram instaladas grandes redes comerciais que antes só existiam nos grandes centros. As únicas sobreviventes foram a "Camisaria Friburgo”, que já tem 109 anos, e a "Casa Libaneza - Roupas Feitas, Armarinho e Etc” (assim mesmo, com "z” e não com "s”, como manda a ortografia), que está prestes a completar um século de fundação. A Casa Libaneza está na Praça Getúlio Vargas desde 1920, sendo a segunda casa comercial mais antiga em atividade de Nova Friburgo.
Sim, alguns poucos imóveis resistiram, seja porque foram tombados ou porque não houve interesse em levantar um novo no lugar. A Bota Preta, na esquina da Rua Oliveira Botelho com a Avenida Alberto Braune, virou uma padaria; o antigo bar do Seu Mário (ou Bar da Fundação), na esquina da Praça Dermeval Barbosa Moreira com a Rua Monsenhor José Antônio Teixeira, que já abrigou diversas lojas, hoje está fechado; onde era a Única, na Praça Getúlio Vargas, funciona uma loja de roupas e assim por diante. A maioria, porém, simplesmente sumiu do mapa.
Vale recordar que era em alguns destes estabelecimentos que os friburguenses abasteciam suas casas, compravam suas roupas ou, simplesmente, encontravam com os amigos para colocar a conversa em dia e aproveitavam as delícias da cidade.
Situada na esquina da Rua Francisco Mieli com a Sete de Setembro, a Farmácia Esperança foi fundada em 1924. O herdeiro de um dos antigos donos faz questão de preservar a história do estabelecimento, que hoje está numa de suas vitrines. Quem passa pelo local e gosta de história sempre dá uma paradinha para apreciar as relíquias que ali estão expostas. Um alento para Nova Friburgo, que vem perdendo cada vez mais suas antigas feições para se assemelhar com qualquer outra cidade.
Camisaria Friburgo
Casa Libaneza
Farmácia Esperança
Mina de Ouro
Bazar José El Jaick
Pensão Amaro, Alberto Braune
Casa Universal
Armazém Mury
A Bota Preta (Foto: Acervo Osmar de Castro)
Bar do Sr. Mário ou Bar da Fundação
Padaria Spinelli
Edifício Spinelli
Produtos que ficaram na saudades...
Biscoito "japonês” - Era fabricado pelo senhor Neném e vendido nas ruas da cidade, sendo anunciado com o bordão "Olha o japonês”.
Guaraná Adonis e Guaraná Caledônia - Seu sabor doce era inconfundível. Tinham pouco gás e eram encontrados em todos os bares e lanchonetes da cidade numa embalagem de vidro.
Pirulitos em formato de chupeta - Eram vendidos em praticamente todos os botecos e armazéns da cidade.
Sorvetes de seu Mário - Em vários sabores e com uma consistência cremosa, eram vendidos no conhecido "Bar da Fundação”, que ficava na esquina da Praça Dermeval Barbosa Moreira com a antiga Rua São João (atual Monsenhor José Antônio Teixeira).
Bolinho de bacalhau de D. Alcina - Preparados com o autêntico bacalhau português pela esposa do seu Mário, eram a maior atração no saudoso Bar da Fundação.
Cerveja Beauclair e cerveja Suspiro - Quem experimentou garante que não tinham comparação com qualquer outra, mesmo as artesanais fabricadas hoje por mestres cervejeiros, provavelmente devido à qualidade da água de Friburgo.
Schnapps do Bar do Edoardo - tipo de bebida alcoólica semelhante à aguardente.
Bolos de festa do Sr. Dirceu e de Dona Luzia Ventura - Festa tinha de ter bolo do Sr. Dirceu ou de Dona Luzia Ventura. Felizmente, Dona Luzia continua firme e forte fazendo seus bolos com os mais variados recheios e que todo mundo adora.
Leite em garrafas - Leite longa vida nem pensar! O leite era vendido em garrafas de vidro, deixadas pelas donas de casa e entregues pela manhã pelo leiteiro.
Balas Toffee - Com sua embalagem azul com bolinhas brancas, estas balas fizeram a delícia de muitas gerações. A Bhering ainda fabricada a bala Toffee, mas elas só são encontradas em algumas delicatessens. Além disso, todos que conheceram as originais são unânimes em afirmar que elas não chegam aos pés das de antigamente.
Balas cor de rosa em forma de bonequinho - Ela era tão famosa quanto a bala Juquinha é hoje. Parece que deixou de ser fabricada.
Chocolate refeição - A Garoto tenta imitar o gosto inigualável do chocolate refeição, mas quem era fã não esquece.
Chicletes mini - O Mini-Chiclete Adams foi um dos símbolos da década de 80. Eram bem pequenos em várias cores com revestimento duro e goma de mascar dentro. Provavelmente foram proibidos porque era fácil as crianças engasgarem.
Pirocóptero - Vendido nos sabores cereja e morango, o pirulito vinha acompanhado de uma hélice, que ficava encaixada na base do palito. Depois de chupar o doce, a criançada costumava passar um tempão tentando fazer o pirocóptero voar cada vez mais alto.
Chocolate Surpresa - Lançado há 30 anos, a barra vinha sempre com a forma de um animal em alto-relevo. Além disso, era acompanhado por um cartão com fotos e informações sobre animais.
Chicletes Ping Pong - Febre entre as crianças das décadas de 60, 70, 80 e 90, era vendidos nos sabores tutti-fruti e hortelã. Vinha com figurinhas e tatuagens temporárias.
Drops Dulcora - "Drops Dulcora, a delícia que o paladar adora”, dizia a propaganda deste produto, que fez sucesso sobretudo nas décadas de 60 e 70.
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