Calor suíço surpreende o prefeito Renato Bravo em Fribourg

Em entrevista exclusiva, ele fala de intercâmbios, projetos e parcerias na agenda de sua viagem oficial
quinta-feira, 02 de agosto de 2018
por Fernando Hirschy
O governador do cantão de Fribourg, Georges Godel, cumprimenta Renato Bravo (Fotos: Divulgação PMNF))
O governador do cantão de Fribourg, Georges Godel, cumprimenta Renato Bravo (Fotos: Divulgação PMNF))

Em Fribourg, na Suíça, o prefeito Renato Bravo ficou surpreso com o calor com que foi recebido nesta terça-feira, 31. Não só por parte das autoridades helvéticas, mas também do tempo. Em pleno verão europeu, a recepção oferecida pelo governo do estado de Fribourg ao prefeito de Nova Friburgo aconteceu embaixo de um calor de mais de 30 graus.

A temperatura também ajudou a dar um clima descontraído ao encontro. Logo após dar as boas-vindas, o governador do cantão, Georges Godel, pediu às autoridades masculinas que tirassem a gravata por causa do calor sufocante.

Alguns membros do Executivo e do Legislativo do cantão suíço que estiveram em Nova Friburgo nas comemorações do bicentenário, em maio, comentaram que o calor lembrava também os dias no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro.

Sendo Fribourg uma cidade de pontes e a recepção acontecendo no “Restaurant Le Grand Pont”, o prefeito brasileiro não perdeu a chance de lembrar, em seu discurso de agradecimento, a ponte afetiva que liga os dois povos há mais de 40 anos.

Foi assim, em um ambiente caloroso e descontraído, que o prefeito Renato Bravo concedeu esta entrevista exclusiva para A VOZ DA SERRA.

AVS: Senhor prefeito, é a sua primeira vez na Suíça?

Renato Bravo: Como prefeito, sim, mas já estive visitando a Suíça como turista. Já estive fazendo aí várias visitas, inclusive aqui em Fribourg. E agora, em uma missão oficial, fica mais responsabilidade ainda, pois é um evento que retrata bem essa questão da amizade, da confraternização e, principalmente, da retomada dessa parceria tão bonita que Nova Friburgo e o cantão de Fribourg têm juntos.

Em que consiste o intercâmbio entre o cantão de Fribourg e o município de Nova Friburgo?

Na verdade, toda a história iniciada lá pelo doutor Ariosto, depois continuada pelo doutor Heródoto e pela Associação Fribourg-Nova Friburgo, mostra uma preocupação muito grande com a questão da queijaria, da construção de um espaço, que eu participei como vereador no momento da inauguração. Logicamente, nós queremos agora ampliar esse leque, inclusive tivemos a oportunidade de falar hoje sobre a questão da ciência e tecnologia, já que Nova Friburgo tem o mesmo perfil de Fribourg, com vários universitários. É um contingente enorme de profissionais que pode ser desenvolvido em parcerias formidáveis, em um plano voltado para a inteligência. Eu acho que isso pode fazer uma grande diferença, incrementando não só a parte cultural, a parte da produção de queijo e de chocolate, mas também com relação à questão de um parque tecnológico, que é um grande sonho nosso, e nós temos um potencial muito grande em Nova Friburgo para acompanharmos essa parceria aqui. Fiquei realmente muito animado com essa possibilidade.

Que tipo de investimento o senhor espera conseguir para a implantação da Associação de Moradores do bairro Nova Suíça?

Teve um projeto que foi entregue ao cônsul da Suíça no Rio de Janeiro que fala de um prédio da associação e que a prefeitura também tem interesse em fazer lá, um parque municipal. É um bairro muito bonito, muito gostoso, muito agradável. Nós vamos inclusive aproveitar essa agenda aqui para sabermos dessa possibilidade de termos uma parceria e um apoio das autoridades suíças para esse projeto. Na verdade, toda essa reaproximação foi feita através do senhor Fessler, da Association Fribourg-Nova Friburgo, e também com o Consulado e a Embaixada da Suíça. Um outro momento também que nós queremos registrar é um projeto do Clube do Trem, que é uma ligação entre Conselheiro Paulino, em Nova Friburgo, até Sumidouro. Esse é um antigo leito da estrada de ferro que faz parte de um projeto de reativação turística, de um espaço turístico, que nós vamos também estar em conversação aqui com autoridades suíças, notadamente na área empresarial, para saber se há interesse do setor empresarial suíço em participar desse projeto.

O senhor já tem uma ideia de empresas ou de como esse projeto poderia ser concretizado?

Nós estamos entrando em contato via o Sávio Neves, do Trem do Corcovado. O Sávio tem adquirido várias composições aqui de empresas suíças e até falou de fazer uma doação das estruturas que ele vai substituir no Corcovado. Então, nós teríamos que fazer a adaptação a essa bitola, e logicamente que a prefeitura também poderia ser uma das participantes desse projeto. Eu acho que isso seria a várias mãos, com uma empresa brasileira como o Trem do Corcovado, que utiliza um trem suíço. Agora, em setembro, o Sávio está vindo novamente à Suíça para liberar as composições novas para o Corcovado. E aí nós estamos negociando com ele para ver se ele faz a doação das que ele tem, que daria 11 quilômetros. Nós teremos que fazer a adaptação da bitola, que é uma cremalheira, e esse projeto, dependendo do tamanho, vai de R$ 10 milhões a R$ 20 milhões. O projeto é muito interessante, porque não há nenhuma desapropriação a ser feita. O leito está lá, e a questão é apenas de adaptação da bitola. Essa é uma solicitação do Clube do Trem, uma vez que Nova Friburgo e Sumidouro são duas cidades com uma história bonita de ferrovias e com a presença muito grande de eixos ferroviários.

Um projeto que também era ideia do prefeito Heródoto Bento de Mello, não?

O doutor Heródoto fez o projeto para a composição do VLT, que seria uma linha mais de caráter comercial urbana. Esse agora, no caso, é mais turístico. Porque, na verdade, o projeto do Heródoto, embora muito interessante, requer um investimento maior, com desapropriações e uma série de obras.

Além da Suíça, o senhor também vai à Alemanha para conhecer de perto como é feita a famosa OktoberFest para tentar adaptá-la em Nova Friburgo. Como seria essa adaptação? Seria a volta do festival do chope na Via Expressa?

Nós vamos a Munique com objetivo de conhecer o formato da Oktoberfest e saber se teríamos também condições de levar alguma atração alemã, uma vez que nós vamos comemorar daqui a quatro anos os 200 anos da chegada dos alemães. Então, já está programado fazer para esta ocasião a Oktoberfest, que seria naquele formato da antiga festa na Via Expressa, com vários atrativos, uma cerveja especial, e também dando força para a gastronomia local, com embutidos, salsichas e food trucks. O que seria, sem dúvida nenhuma, mais um atrativo para o turismo em nossa cidade.

 

 

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