Foi uma manhã de sábado bastante agradável. O sol forte realçava ainda mais a beleza do local, a pousada Refúgio dos Falcões, localizada a 1.290 m de altitude no km 2,5 da estrada Mury-Lumiar (próximo à localidade Parque das Cascatinhas). Os empresários hoteleiros Roberto Silveira e Eliane Silveira receberam, além do prefeito Heródoto Bento de Mello, sua mulher Betty Rodrigues de Mello e os secretários Bráulio Rezende Filho (Geral de Governo), Sergio Madureira (Turismo), Girlan Guilland (Comunicação Social) e Álvaro Ottoni (Programa de Leitura), toda a diretoria da Energisa - empresa concessionária do serviço de energia - bem como a subsecretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Dulce Ângela Procópio de Carvalho. Na pauta do encontro, assuntos relativos ao Arranjo Produtivo Local (APL) de Mury, região em que moradores e empresários do setor de turismo estão se articulando em torno de um projeto para o resgate do turismo, sob a coordenação de Luiz Carlos Prestes Filho.
Durante o café da manhã, os integrantes do APL trataram, com diretores da empresa concessionária de energia, de projeto para minimizar a rede aérea de transmissão entre os distritos de Mury e Lumiar para atender aos aspectos do turismo. O presidente do conselho administrativo da Energisa no Brasil, Ivan Botelho, o diretor-presidente da Energisa em Minas Gerais e Nova Friburgo, Gabriel Alves Pereira Junior, e o gerente regional da Energisa, Amaury Damiance estavam também acompanhados da presidente da Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho, Monica Botelho, e da representante da Fundação em Nova Friburgo, Elizabeth Maldonado.
Recepcionado por Roberto Silveira, o prefeito visitou as dependências da pousada, que ocupa uma área de 300 mil m2, a qual Heródoto considerou um paraíso. Em seguida, ele conversou longa e descontraidamente com Ivan Botelho sobre suas mais recentes idéias, principalmente, a do parque habitado em que Nova Friburgo se constitui. O prefeito falou do complexo turístico, na estrada cênica Cascatinha-São Lourenço e de seu objetivo de fazer da cidade polo turístico e cultural, em função da crise das indústrias, que hoje não empregam mais como antigamente. “Nossas características industriais estão mudando. Fora de todas as linhas de penetração nacional, sempre fomos isolados e com colonização diferente, de colonos empreendedores, que tiveram que se virar”, afirmou Heródoto.
Os presidentes Ivan Botelho e Gabriel Junior se mostraram bastante interessados no projeto do trem suspenso, que o prefeito também explicou. Heródoto lembrou ainda da preparação de Nova Friburgo para os seus 200 anos, daqui a nove anos, e aproveitou para falar sobre a questão estética da cidade, sobretudo as relacionada à fiação aérea no Centro. O engenheiro Gabriel Alves Pereira, que já dirigiu a empresa local de energia, quando ainda era a Cenf, explicou ao prefeito que existe um projeto alternativo à retirada da rede área de transmissão, em valores mais viáveis do que a passagem do sistema para a rede subterrânea. Ele estima que, dependendo do local e das condições, um projeto para trecho de 2 km, tem custo estimado de R$ 3 milhões. Gabriel afirmou ainda que, pela proposta alternativa, é possível estabelecer projeto entre R$ 200 e R$ 300 mil, segundo ele, mantendo postes e rede área, mas só que compatibilizando e otimizando o uso de equipamentos e componentes. O sistema vem sendo implantado em outras cidades e o prefeito aproveitou para solicitar estudos preliminares no percurso entre a avenida Euterpe Friburguense, onde fica instalada a Usina Thadeu Aor, da companhia, até as proximidades da igreja de São Bento, localizada sob o viaduto Geremias de Mattos Fontes. “Vamos orçar e tentar conseguir verbas”, disse o prefeito, mostrando-se bastante animado com a possibilidade de reduzir a grande quantidade de fiação sobre as principais vias públicas da cidade.
O encontro também contou com a participação do presidente do Clube de Astronomia de Nova Friburgo, José Carlos Diniz. Ele apresentou aos diretores da empresa um trabalho sobre a energia limpa, mostrando a possibilidade de melhoria da iluminação pública para a estética da cidade. O APL de Mury, segundo o pousadeiro Roberto Silveira, busca também entendimentos com as empresas de telefonia para a melhoria do serviço na região. Ele diz que, pela importância turística, o local tem que ser melhor provido no que diz respeito às comunicações, tanto por telefone quanto por internet. Em sua pousada, por exemplo, ele teve que despender recursos próprios para dotá-la de rede sem fio, via rádio, para proporcionar aos hóspedes o uso de computadores on line.
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