Chocolates sendo vendidos aos montes nos comércios, coelhinhos enfeitando vitrines e alegrando a criançada, reflexões sobre a passagem de Cristo na Terra. Por mais que tenhamos diversas religiões no Brasil, de um modo geral, a Páscoa costuma ser lembrada de forma semelhante por boa parte da população brasileira. Seja dentro de igrejas, almoçando com a família no domingo ou colocando as crianças para caçar os ovinhos de chocolate nos cômodos da casa.
Mas como será essa mesma ocasião em outros lugares do globo? Com tantas culturas diferentes nesse mundo, cada local cria sua própria forma de celebrar, ou não, a data. Há quem seja muito festivo e quem celebre com moderação. Há quem se esbalde de chocolate e quem nem tenha o doce como símbolo da época. Há quem ame os coelhinhos e quem os considere uma praga. Tem comemoração para todos os estilos.
Separamos seis dos diversos lugares do mundo que celebram a Páscoa de uma forma diferente da nossa, confira:
Austrália
Que coelho que nada! Na Austrália, o Bilby - um marsupial que tem de 30 a 60 centímetros e pesa até 2,5 quilos - é o ‘mascote oficial’ da Páscoa. O motivo para substituição é, no mínimo, curioso. Além de dar visibilidade aos bichinhos nativos que correm risco de extinção, para os australianos, os coelhos são considerados verdadeiras pragas para o ecossistema do país - principalmente devido a sua grande capacidade reprodutiva - contribuindo, inclusive, para o desaparecimento dos bilbies. Por outro lado, se coelhinho é proibido na celebração, o chocolate é garantido. A propósito, parte do lucro das vendas do doce é revertido para instituições de proteção ao marsupial.
Bermudas
Se em terras brasileiras o costume de empinar pipa tem sido gradativamente substituído pelos jogos de smartphone e videogame, nas Ilhas Bermudas a tradição se mantém. Pelo menos, durante a Páscoa. É que por lá, o brinquedo tem uma função série: a de representar a ascensão de Cristo ao céu. As pipas são confeccionadas dias antes e só voam durante o feriado, na Sexta-Feira da Paixão. Neste dia, centenas de pipas colorem os céus do arquipélago e, claro, são as responsáveis por fazer a alegria da garotada.
Alemanha
Enquanto nos preparamos para enfrentar os dias de temperaturas mais amenas, no hemisfério norte os países saúdam a chegada das flores. É o caso da Alemanha, que realiza um grande evento não só para comemorar a Páscoa, mas também para celebrar o início da primavera. A data é marcada por fogueiras e festivais que comemoram a chegada da estação, responsável por simbolizar a renovação da vida e da esperança. Também durante a Páscoa, as famílias pintam dezenas de ovos, cozidos ou esvaziados, com cores vibrantes e os penduram nas árvores.
Índia
Como boa parte da população é hindu, na Índia, a Páscoa - como conhecemos - é substituída pelo festival Holi. A comemoração é direcionada a relembrar o surgimento do deus Krishna e é marcada por danças, música e comidas típicas. Outra marca da festa é a presença dos simpáticos elefantes, que recebem pinturas especiais pelo corpo. Mas engana-se quem pensa que as cores se restringem aos animais. Os anfitriões também marcam a testa de seus convidados com um pó colorido. As cores ainda tomam conta das ruas, já que tem quem jogue para o alto pigmentos, pintando quem e o que estiver ao redor.
Grécia
Ovos na Páscoa grega? Só se for de verdade. Além das procissões e missas, na quinta-feira santa, as donas de casa da Grécia preparam os tsourékia (uma espécie de pão-doce) e pintam ovos de galinha de vermelho. Isso porque, eles são considerados símbolos da vida e a cor vermelha o sangue de Cristo. Mas não basta pintar dezenas de ovos. Segundo a tradição, eles são distribuídos aos convidados, que devem encostar um ovo no outro até que um deles rache. De acordo com a lenda, quem for o último a ter o ovo quebrado, vai ter sorte durante o próximo ano.
Espanha
Natal fora de época? Por que não? Se você pensa que vai achar muito chocolate e coelhinhos estampando as vitrines das padarias espanholas está redondamente enganado. Por lá, esses destaques da Páscoa brasileira não tem vez. Em contrapartida, algumas iguarias que por aqui tem cara de ceia natalina, na Espanha são tradicionais na Semana Santa. Caso da rabanada e do bacalhau, comidas que não podem faltar nessa época. Mas, se os quitutes são diferentes, existem tradições bem semelhantes das dos cristãos católicos do Brasil, como as procissões. Organizadas por irmandades e confrarias, elas se iniciam mais de uma semana antes da Páscoa.
Símbolos da Páscoa: muito além dos chocolates e coelhos
Neste domingo, 1º de abril, os cristãos celebram um dos dias mais importantes do calendário religioso: a Páscoa. Responsável por propagar a história da ressurreição de Jesus Cristo, a data é associada ao renascimento, à esperança e à renovação. Por isso, os principais símbolos da data são o coelho e o ovo (hoje, de chocolate), por representarem a fertilidade, no caso do coelho, e a vida, no caso do ovo.
A relação dos ovos e dos coelhos é curiosa. De acordo com a lenda, uma mulher pobre coloriu alguns ovos para presentear seus filhos na Páscoa e os escondeu em um ninho. Quando as crianças descobriram o esconderijo, um grande coelho passou correndo. Daí surgiu a história de que foi o coelho quem trouxe os ovos.
Mas nem só de coelhinhos e ovos de chocolate vive a Páscoa. São diversos os símbolos que também a representam. Confira:
Cordeiro
Este é um dos símbolos mais antigos da Páscoa e é o responsável por lembrar a aliança que Deus teria feito com o povo judeu no Antigo Testamento. Naquela época, a Páscoa era celebrada com o sacrifício de um cordeiro. Para os cristãos, Jesus Cristo é o “cordeiro de Deus que tirou os pecados do mundo”.
Peixe
O peixe é o símbolo da vida e fé. Além de alguns apóstolos de Cristo serem pescadores e os primeiros cristãos já incluíam o peixe entre os símbolos das suas crenças, antigamente, como sinal de esperança na fé em Jesus, os cristãos costumavam presentear uns aos outros com o animal. Faz parte do ritual da Semana Santa, inclusive, comer peixe na Sexta-feira Santa, para lembrar o ritual dos 40 dias de jejum de carne.
Pão e vinho
Símbolos do corpo e do sangue de Cristo, o pão e o vinho também representam a vida eterna associando, assim, a ressurreição de Jesus. De acordo com a história, inclusive, a “última ceia” ocorreu dias antes das festividades da páscoa, momento em que Jesus partilhou o pão e o vinho com seus 12 apóstolos.
Colomba Pascal
O panetone está para o Natal, assim como a colomba está para a Páscoa. Criada pelos italianos, o bolo em formato de pomba (acredite se quiser), remonta à década de 1930 ao resgatar um ícone cristão antigo, a pomba, que representa o Espírito Santo – e está associada à Páscoa sobretudo porque era nessa celebração que se convencionou realizar os batismos na Igreja antiga.
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