Leonardo Lima
Ser um jogador de futebol sempre foi o grande sonho do pequeno Ricardo Jerônimo. Nascido e criado no município de Três Rios, a 120 km do Rio de Janeiro, o garoto ingressou na equipe mirim do Entrerriense, ainda muito novo. Após se destacar nas categorias de base do clube, chegou aos profissionais aos 18 anos. Nesta época, o nome Ricardo já havia dado lugar ao apelido pelo qual ele é conhecido até hoje: Cadão. “Sempre atuei como zagueiro. Passei por todas as equipes de base do Entrerriense até me profissionalizar. Em 1995 disputamos o Campeonato Carioca, fomos muito bem e começaram a surgir propostas de outras equipes”, lembra o jogador.
E o que poucos recordam é que sua primeira passagem pelo Tricolor da Serra foi logo no ano seguinte. “Já havia jogado contra o Júlio Marinho, que era o treinador do Friburguense na época, e fizemos amizade. Ele me indicou e vim para cá em 1996. Disputamos a segunda divisão do Estadual, mas não conseguimos subir”, diz. Após a primeira passagem pelo Fri, Cadão seguiu para o Barreira, de Saquarema, e, em seguida, para o Anápolis, de Goiás. Em 1998, entretanto, o zagueiro estava de volta ao Friburguense, recém-promovido à elite do futebol do Rio de Janeiro. “O time era muito bom, estava voando e já contava com o Siqueira (José Eduardo, gerente de futebol). Desde essa época criei um vínculo muito grande aqui. Tornei-me jogador do Friburguense, mas sempre quando pintava uma proposta financeiramente superior, o Siqueira me liberava. Ele falava que eu devia correr atrás mesmo para ganhar o meu dinheiro”, conta Cadão.
E as idas e vindas ao clube de Nova Friburgo não pararam mais. Todo ano era a mesma coisa: disputava o Campeonato Carioca pelo Friburguense no primeiro semestre e, no segundo, se transferia para outra equipe que normalmente disputava alguma divisão do Campeonato Brasileiro. “Joguei em muitos lugares. Só em Campos defendi os três clubes de lá: Americano, Goytacaz e Rio Branco. Passei também por Volta Redonda, Joinville, União São João e até por um clube da Alemanha, o Osnabrück, onde fiquei três meses”, afirma. Mesmo com bastante rodagem, o único ano em que Cadão não jogou o Estadual pelo Friburguense foi 2002.
De zagueiro artilheiro a professor de educação física
Além da fama de bom defensor, o jogador sempre foi conhecido por marcar gols de cabeça, principalmente em cobranças de falta e escanteio. Em suas contas, somente pelo Frizão já foram cerca de 70 bolas nas redes. “Tenho 1,82m. O pessoal fala que sou baixo para atuar como zagueiro. O segredo é o posicionamento. Tenho um DVD com uns 40 gols meus pelo Friburguense. Mas não tem todos. Acho que se eu for somar tudo, dá entre 60 a 70. Sempre belisquei uns golzinhos, né?”, brinca. E um desses gols mais marcantes foi o primeiro do clube na vitória de 6 a 0 sobre a Portuguesa, na estreia da Série B, em 2011. “Foram muitos anos seguidos na Série A. Ser rebaixado em 2010 foi o pior momento da minha carreira. A gente se sentia na obrigação de recolocar o Friburguense na primeira divisão. Ainda mais depois de tudo que a cidade passou. Isso acabou sendo um combustível a mais para nós. Tínhamos que dar uma alegria para essa população”, comenta.
E com o vice-campeonato da Série B, toda a tristeza foi deixada de lado. Para o zagueiro, a alegria pelo retorno à elite foi tão grande quanto a disputa da semifinal da Taça Rio em 2004, contra o Vasco, no Maracanã. “Estávamos vencendo a partida, mas eles empataram e perdemos nos pênaltis. Foram vários momentos marcantes, mas esses dois talvez tenham sido os melhores”, acredita. A maior emoção da vida de Cadão, entretanto, não está relacionada ao futebol, e sim ao nascimento de sua filha Lavínia, hoje com 14 anos. “Ela é a maior paixão da minha vida. Faço tudo que for preciso por ela. Ela e minha mãe são as pessoas que mais me motivam a seguir em frente”, afirma, sem esconder a emoção.
Aos 40 anos, ele é o jogador mais velho do Campeonato Carioca deste ano. Questionado se esse estigma incomoda, ele garante que não. “Estou me sentindo bem. É bom ver que cheguei a essa idade bem fisicamente, com poucas lesões. Há 15 anos um atleta técnico conseguia jogar mesmo se não estivesse com uma condição física boa. Hoje isso não acontece. A parte física está a cada dia mais importante. Perguntam muito quando eu vou parar, mas nem penso nisso. Enquanto eu estiver bem fisicamente e conseguir acompanhar o ritmo dos mais novos, vou continuar”, pontua.
E quando à aposentadoria chegar, o zagueiro já tem em mente a trajetória que vai seguir fora das quatro linhas. “Daqui a alguns anos vamos ter mais um professor de educação física. Vou começar a faculdade nesse semestre. A vida toda quis fazer um curso superior. Só não comecei antes porque não tive tempo, nunca fiquei um longo período seguido em Nova Friburgo”, conta.
No entanto, ao ser perguntado se em breve veremos o capitão Cadão comandando uma equipe na beira do campo, ele se esquiva. “Virar treinador é uma possibilidade, mas não tenho isso como um objetivo. Quero trabalhar nas categorias de base do Friburguense e ir aprimorando meus conhecimentos”, explica. Botafoguense por influência de seu pai, Cadão revela que por pouco não defendeu o clube alvinegro. “Sempre sonhei em jogar no Botafogo, tive oportunidades de ir para lá, mas alguns detalhes impediram minha transferência. No Vasco foi a mesma coisa. Infelizmente não tive a oportunidade de defender um grande clube, mas não posso afirmar que isso é uma frustração. Só tenho a agradecer a Deus pela minha saúde e por tudo que consegui na minha carreira. Hoje mesmo, se tiver uma proposta para ganhar mais não saio do Friburguense. Minha vida vai continuar em Nova Friburgo”, finaliza o camisa 3 do Fri, confiante numa boa campanha este ano: “Se mantivemos esse ritmo que vem desde a Série B e continuarmos focados vamos ter um Campeonato Carioca tranquilo, com a sensação de dever cumprido”.
Sesc sedia mais uma edição do Carnavôlei
Neste sábado, 11, o Sesc de Nova Friburgo recebe mais uma edição do já tradicional Carnavôlei. O evento, que não foi realizado em 2011 em decorrência da tragédia de 12 de janeiro, promete voltar com força total este ano. Nele, os participantes disputam um torneio de voleibol onde as equipes são compostas por quatro integrantes cada, sendo permitida a utilização de um atleta reserva.
A disputa feminina começa às 13h30 e a masculina às 15h. Haverá premiação para os três times melhores classificados de cada categoria. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no dia do evento. A coordenação do Carnavôlei é do professor Luiz Roberto Scheidt. O Sesc fica na Avenida Presidente Costa e Silva 231, Duas Pedras.
Copa Libertadores da América é
transmitida por emissora de TV local
O sistema de televisão a cabo RCA já está transmitindo em sua grade o canal Fox Sports, com uma programação voltada exclusivamente para os esportes. No momento, transmite a Copa Libertadores da América. Já na terça-feira, 7, a emissora transmitiu, com exclusividade, o jogo entre Fluminense e Arsenal, e tem programado muito mais jogos. O Fox Sports está na grade no número 69. Mais informações sobre o canal e condições técnicas para instalação, pelo telefone 2523 3300, ou pelo site www.rcatv.com.br.
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