O ex-vereador Bruno Calderaro propôs, o ex-vereador Rogério Cabral – na época 2º vice-presidente da Câmara Municipal, hoje prefeito - assinou, e o então prefeito Heródoto Bento de Mello sancionou e promulgou a lei que considerou de utilidade pública e sem fins lucrativos, o Friburgo Esperanto Grupo, em 1995. A finalidade da tal lei era “divulgar o Esperanto e promover a realização de cursos para difundir a língua, conforme rezam seus estatutos”.
Isso foi há 20 anos. O grupo acabou se desfazendo, e não se falou mais nisso. Faz tempo quase ninguém repara ou tem a curiosidade de saber de quem é aquele busto que está largado e meio “cambaleante”, no meio de um canteiro na Praça Getúlio Vargas (foto feita nesta sexta, 28/8). O abandono ocorre desde janeiro, quando foram iniciados os trabalhos de poda de dezenas de eucaliptos centenários, que resultou no movimento Abraço às Árvores – SOS Praça Getúlio Vargas, contrário à forma como o trabalho foi feito.
Sobre Zamenhof e sua obra
O médico polonês Ludwik Lejzer Zamenhof (1859-1917), de família judia, publicou em 1887 seu primeiro livro sobre o idioma que havia criado, o Esperanto. Seus idiomas nativos eram o russo, iídiche e polonês, mas também era fluente em alemão. Posteriormente aprendeu francês, latim, grego, hebraico e inglês além de se interessar por italiano, espanhol e lituano.
Zamenhof nasceu numa pequena cidade lituana, Bielostok, à época em que a Polônia fazia parte do império russo. Seus habitantes, por se expressarem em línguas, ou mesmo dialetos, muito diferentes, não se entendiam. Foi quando o jovem médico, preocupado com as desavenças provocadas pelas incompreensões entre os moradores, decidiu criar uma forma de entendimento. E concluiu que a melhor maneira seria através de um idioma adotado por todos. Durante anos, ele trabalhou na preparação de uma língua artificial, após se convencer de que nem uma língua morta, como o latim, ou uma língua viva, como a francesa, serviria à sua pretensão.
Em 1878, a “língua internacional” estava teoricamente pronta, mas prudentemente Zamenhof adiou sua publicação até que comprovasse, através de práticas, seu pleno êxito. Foi o que fez, durante oito anos, praticando e aperfeiçoando a nova língua. Finalmente, em 1887, Zamenhof publicou seus primeiros manuais. Em uma de suas obras, publicada pela editora Librairie Centrale Espérantiste (Paris-França), encontra-se uma carta em que ele conta como foi o processo de construção do Esperanto.
Ao longo de um século, a ideia do Esperanto atraiu milhares de seguidores, nos quatro cantos do mundo, inclusive no Brasil. Em 1968, por ocasião do 3° Seminário Esperantista realizado em Nova Friburgo, foi inaugurado seu busto, feito de bronze. Portanto, por todo o seu histórico, e em respeito à sua memória, o pedestal com seu busto deve ser reconduzido ao espaço que lhe cabe.
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