Bula sem Lupa - Novidades da medicina - 4 a 6 de setembro.

sexta-feira, 03 de setembro de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Vacina contra o fumo começa a ser testada

Cientistas americanos começaram os ensaios clínicos da primeira vacina para ajudar as pessoas a parar de fumar e evitar que voltem ao vício. A vacina atua bloqueando a sensação de prazer produzida pela nicotina. A vacina atua gerando anticorpos que aderem à nicotina, o ingrediente do tabaco que causa a dependência, e os testes iniciais foram animadores.

Esta é a primeira vez que este enfoque no combate ao tabagismo é adotado. Todos os tratamentos utilizados até hoje, como o chiclete de nicotina ou mesmo os adesivos, se baseiam num mesmo objetivo: levar os fumantes a largar aos poucos o cigarro. Estes medicamentos são eficazes e se mostram de grande ajuda no tratamento do tabagismo, que também demanda apoio psicológico e comportamental.

O uso da vacina para tratar a dependência à nicotina é tido como um dos enfoques mais inovadores para combater o vício. Ela estimula o sistema imunológico a produzir anticorpos que aderem à nicotina, criando uma substância grande demais para passar pela chamada barreira hematoencefálica, cuja função é impedir que substâncias tóxicas a atravessem. Impedem, assim, que a nicotina cause a sensação prazerosa que acaba levando ao vício.

As primeiras fases dos ensaios clínicos mostraram que a vacina é capaz de criar este mecanismo e, como os anticorpos permanecem no organismo por períodos mais longos, evita a retomada do vício. A reincidência é, aliás, um dos principais problemas a serem superados nos tratamentos atuais contra o tabagismo.

A própria empresa, porém, admite que ainda há um longo caminho a percorrer até a vacina chegar ao mercado. Os resultados finais dos testes são esperados para 2012.

Segundo a pneumologista Ana Acácia Lima, coordenadora do grupo de apoio a tabagistas do Hospital São Lucas, ainda há um longo caminho a percorrer antes de se chegar a uma vacina contra o tabagismo. “Teoricamente, a criação de anticorpos faz sentido, porém, são necessários estudos que comprovem este fato na prática”, afirma.

Vale lembrar que, segundo a Organização Mundial de Saúde, o tabagismo é a segunda causa de mortes em todo o mundo, depois da hipertensão. Existem cerca de 1,25 bilhão de fumantes no mundo e só nos Estados Unidos este hábito é apontado como o responsável direto por cerca de 430 mil mortes ao ano, custando ao país cerca de US$ 50 bilhões de dólares em despesas médicas anuais.

Sal aumenta a pressão arterial em todos os hipertensos

É inquestionável: a ingestão de sal sempre aumenta a pressão arterial dos hipertensos. O que difere, apenas, é a quantidade utilizada, o tempo de uso e a sensibilidade a esta substância, pois existem indivíduos mais sensíveis e outros mais resistentes ao sal.

Em pessoas normais, o uso excessivo do sal não aumenta a pressão arterial, mas já foi comprovado que, a longo prazo, o uso correto desta substância pode prevenir a hipertensão. Já foi feita uma experiência em comunidades africanas que culturalmente ingeriam pouco sal. Quando seus habitantes mudaram para a capital, Nairóbi, com hábitos alimentares bem diferentes e dieta mais salgada, muitos se tornaram hipertensos. Já no caso dos chamados hipertensos essenciais (com pressão arterial constantemente acima de 14/9 sem causa determinada), não existe negócio. A partir dos 30 anos de idade, os rins começam a reduzir a excreção de sódio, que fica diminuída em 40%, e o jeito é mesmo cortar o sal da dieta.

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