Bula sem Lupa - Novidades da medicina - 21 a 23 de agosto.

Por Dalva Ventura
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Tratamento precoce garante a autistas maior ganho de QI e comunicação

Segundo um estudo pioneiro da Universidade de Washington publicado na revista Pediatrics, bebês autistas podem ter ganhos expressivos de comunicação, interação social e de QI quando submetidos a um tratamento intenso e precoce, isto é, a partir dos 18 meses de idade. Essas crianças normalmente têm um repertório restrito de interesses e atividades, assim como a linguagem e as habilidades motoras afetadas, manifestando-se através de comportamentos repetitivos.

A pesquisa envolveu 48 crianças com 18 a 30 meses, separadas em dois grupos. Um deles recebeu, por semana, 20 horas de um tratamento que foi denominado ESDM (Early Start Denver Model), elaborado por fisioterapeutas, fonoaudiólogos, pediatras e neurologistas, além de cinco horas de terapia aplicada pelos pais. O grupo controle foi encaminhado para terapia em centros comunitários de Seattle (EUA).

Após dois anos de estudo, o QI dessas crianças havia subido, em média, 18 pontos, se comparados aos quatro pontos das que estavam no grupo controle. Sete crianças apresentaram uma melhora global significativa. O suficiente para receberem um diagnóstico mais leve – de distúrbio invasivo do desenvolvimento.

Apesar do ESDM ser aplicado há mais de 20 anos em crianças autistas mais velhas, inclusive no Brasil, o trabalho é importante por mostrar eficiência e incentivar o tratamento numa faixa etária mais baixa.

A intervenção precoce faz toda a diferença, acreditam os especialistas. Nem sempre é possível, aos 18 meses, diagnosticar o autismo. No entanto, pode-se aplicar este mesmo método em todas as doenças caracterizadas por uma dificuldade de interação social e de comunicação.

Cérebro dos obesos tem volume menor

Segundo estudo realizado na Faculdade de Medicina da Universidade de Boston, divulgado no site Annals of Neurology, a obesidade estaria vinculada a um volume menor do cérebro. A pesquisa também indica que pessoas com excesso de gordura abdominal, mesmo gozando de boa saúde, têm maior risco de demência e de mal de Alzheimer numa fase mais adiantada da vida.

Foram examinadas 733 pessoas com idade média de 60 anos, entre elas, 70% mulheres. Além de escanear o cérebro, os pesquisadores mediram o Índice de Massa Corporal (IMC), a cintura e a gordura abdominal. Os dados obtidos mostram um vínculo inequívoco entre a obesidade, de modo especial, o excesso de gordura que se encontra nas vísceras, e um maior risco de demência.

Esta não foi a primeira pesquisa que chega a resultados semelhantes. Segundo um estudo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, uma variante do gene que leva ao aumento de peso poderia levar o cérebro a encolher. Pessoas obesas e idosas com essa variante seriam mais propensas a demências e seus cérebros tendem a ser menores do que os daquelas com menor peso. Estas informações saíram na New Scientist e representam uma nova visão sobre este tema. Até pouco tempo, essa reação era atribuída a um fluxo menor de sangue para o cérebro, que seria causada pelo entupimento das artérias e redundaria na morte de neurônios.

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