Bula sem lupa - 5 de junho

Por Dalva Ventura
sexta-feira, 04 de junho de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Cremes dentais sem flúor não impedem cáries e nem manchas nos dentes

A quantidade excessiva de flúor no organismo das crianças pode causar manchas brancas nos dentes. Para evitar este problema, há alguns anos foram lançados no mercado cremes dentais com baixa concentração de flúor. A adoção deste dentifrício, porém, pode não ser uma opção interessante. Um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) indicou que os cremes dentais com baixa concentração de flúor não são eficientes contra as cáries como os dentifrícios convencionais. E, mais grave ainda, também não conseguem evitar a fluorose, como é apregoado.

Segundo a responsável pela pesquisa, Regiane Cristina do Amaral, entre os voluntários que simulavam menor consumo de açúcar, o efeito dos dois tipos de cremes dentais foi semelhante. Mas, à medida que a exposição ao risco de cáries ia aumentando, o dentifrício de baixa concentração de flúor não se mostrou capaz de combater o efeito do açúcar e as cáries aumentaram. Além disso, o risco de ocorrência de fluorose dental permaneceu o mesmo, independente do tipo de creme dental utilizado.

Ela destaca que o uso do flúor tem sido considerado indispensável para o controle das cáries e, por isso mesmo, muitos países aderiram à fluoretação das águas de abastecimento público. Da mesma forma, vários estudos comprovaram um declínio acentuado nos casos de cárie nos países onde havia um uso abrangente de cremes dentais com flúor. No Brasil, o uso do flúor praticamente se generalizou, com a fluoretação da água e dos cremes dentais. Com isso, houve um declínio acentuado das cáries. Só que, a partir de então, também foi observado um aumento da fluorose.

Foi então que se começou a discutir o problema da fluorose dental, com o lançamento de cremes dentais de baixa concentração de flúor, que diminuíam a quantidade do elemento químico em cerca de 50%. Os dentistas afirmam, porém, que a fluorose não decorre do efeito tópico do flúor em contato com os dentes e, sim, pela presença sistêmica do flúor no organismo de crianças com dentes em formação.

Em outras palavras, não é a concentração do flúor no creme dental, mas a ingestão de grandes quantidades de flúor. Como as crianças até determinadas faixas etárias ainda não são capazes de cuspir com perfeição, acabam engolindo muita pasta. O excesso causado pela quantidade de flúor ingerida somada à que está na água leva ao único efeito colateral sistêmico do uso de flúor, que é a fluorose dental.

Por este motivo, a solução não é diminuir a concentração de flúor do creme dental, mas de utilizá-lo em menor quantidade nos dentes da criança.

A diminuição da quantidade de creme dental pode ser suficiente para evitar o surgimento de manchas brancas nos dentes.

Depressão pós-parto atinge 15% das mães

Quase todas as mulheres se sentem realizadas e felizes depois de dar à luz. Porém, um número considerável de puérperas – que pode chegar a 15% – vive uma experiência bem diferente depois do parto, sentindo-se incapazes de amamentar e de cuidar do recém-nascido.

A depressão pós-parto pode aparecer de 48 a 72 horas após o nascimento do bebê, alterando todo o vínculo entre mãe e filho. O problema se origina da variação hormonal, que é muito intensa nesta ocasião. Os sintomas são variados e incluem dificuldades para dormir, choro, tristeza, sensação de incapacidade, variação de humor, irritabilidade, agressividade e, nos casos mais graves, até pensamentos suicidas e violência com o bebê. Quem já tem histórico de depressão deve ser acompanhada desde a gestação, pois 50% desenvolve a doença após o parto.

Se houver suspeita de depressão pós-parto, a família precisa estar alerta ao comportamento da mulher, para que o problema seja diagnosticado o mais rapidamente possível. Nos casos mais leves, normalmente não é necessário usar medicamentos, até porque muitos deles interferem com o leite materno, prejudicando o recém-nascido.

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