Bula sem lupa - 3 de abril.

Por Dalva Ventura
sexta-feira, 02 de abril de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Avanços da neurociência beneficiam crianças com dislexia grave

Crianças com dislexia grave e que não conseguem aprender a ler pelos métodos educacionais tradicionais podem se beneficiar muito com um treinamento mais intensivo e personalizado associado ao acompanhamento neurológico.

Na verdade, 5% a 17% das crianças disléxicas têm dificuldades absurdas para ser alfabetizadas e algumas sequer o conseguem. No entanto, a neurociência cognitiva entrou em campo e promete ajudar muito no tratamento da doença. A começar pelo diagnóstico, que agora pode ser feito antes mesmo do aparecimento dos sintomas.

Os disléxicos não sofrem de atraso mental, mas sim um distúrbio na estrutura cerebral que dificulta ou mesmo impede que relacionem o que veem e ouvem com o que falam. Por isso mesmo, eles têm sérias dificuldades para associar os sons a uma linguagem escrita. Eles até compreendem os conceitos, mas não conseguem decifrar a escrita.

Segundo John Gabrieli, do Departamento de Ciências Cognitivas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a dislexia está relacionada a alterações na conexão da substância branca existente entre os dois hemisférios do cérebro. Também estaria ligada à atividade reduzida do córtex temporal-parietal esquerdo, que ajuda a processar as informações escritas.

O quanto antes a dislexia for diagnosticada e começar a ser tratada, melhores os resultados. Segundo o pesquisador, crianças com dois a três anos já devem ter um vocabulário de cerca de mil palavras. Ele destaca também a necessidade dos pais ficarem atentos ao uso do tempo e dos modos verbais, assim como dos pronomes.

Um exame de ressonância magnética pode confirmar a existência da doença, pois o cérebro de uma criança disléxica não tem uma atividade significativa. Já quando ela recebe um tratamento especializado, passa a responder de uma forma praticamente normal. Portanto, o quanto antes este começar, melhor.s

Muitas vacinas importantes só estão disponíveis na rede privada

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde é considerado um dos melhores do mundo. Seria muito melhor, porém, se incluísse vacinas só disponíveis em clínicas privadas. Só pagando é possível se proteger de doenças como gripe, catapora, hepatite A, HPV e infecções por meningococo e pneumococo.

Existe, na verdade, uma diferença expressiva entre os calendários do Ministério da Saúde e o preconizado pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Além da falta de vacinas contra as doenças citadas acima, a SBIm recomenda que a vacina contra a poliomielite seja do tipo inativada, ou seja, com vírus mortos, que causa menos efeitos colaterais. A gotinha oferecida pelo MS é com o vírus vivo atenuado.

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