Bula sem lupa - 22 de maio.

Por Dalva Ventura
sexta-feira, 21 de maio de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Câncer na boca pode estar associado a sexo oral com várias pessoas

O HPV (papilomavírus humano), vírus sexualmente transmissível e tradicionalmente ligado ao câncer no colo de útero, no pênis e no ânus, também vem sendo relacionado cada vez mais aos tumores na boca. A explicação estaria no aumento da prática de sexo oral nas últimas décadas, em especial entre jovens. Segundo o Centro Nacional de Estatísticas da Saúde dos EUA, 55% dos garotos e 54% das garotas entre 15 e 19 anos já tinham experimentado essa modalidade sexual em 2005.

Os números registrados entre as décadas de 1940 e 1950 no conhecido e respeitado Relatório Kinsey, que mapeou os hábitos sexuais dos americanos, eram bem diferentes. Naquela época, apenas 10% dos homens e 19% das mulheres afirmavam ter praticado sexo oral antes do casamento. Depois disso aumentaram muito os casos de câncer na base da língua, nas amígdalas e até no pescoço, surgidos a partir de lesões causadas pelo HPV.

O médico Hisham Mehanna, do Hospital Universitário de Coventry, fez um estudo com mais de dez mil voluntários e concluiu que quem já fez sexo oral com quatro ou mais pessoas tem uma chance mais de três vezes maior de ter câncer na orofaringe (que começa na raiz da língua e vai até a faringe).

Em artigo publicado no British Medical Journal, este mesmo médico cita uma pesquisa feita na Suécia que corrobora as afirmações anteriores. Durante quase 40 anos os pesquisadores daquele país procuraram pelo HPV em biópsias de tumores retirados da orofaringe. Em 1970 este vírus foi encontrado em apenas 23% dos tumores. Já em 2006 e 2007 foi achado em nada menos que 93%. Como o número de casos de câncer na orofaringe está crescendo, e não diminuindo, pode-se concluir que o HPV nunca causou tantos tumores na boca e adjacências.

Mesmo assim, não há motivos para desespero. Vale lembrar que as pesquisas sobre a relação entre HPV e câncer na boca ainda não estão totalmente consolidadas. Segundo muitos médicos, a maioria das pessoas serão infectadas pelo HPV em algum momento das suas vidas e, em geral, o vírus vai embora sem deixar nenhuma lesão. Além disso, os mecanismos de infecção ainda não são totalmente conhecidos. O próprio Hisham Mehanna destaca que, embora a boca também seja uma mucosa, as características do ambiente e a resposta imunológica das duas regiões são bem diferentes. Em outras palavras, mais pesquisas ainda precisam ser feitas.

Material de origem biológica permite criar pele humana artificial semelhante à natural

Cientistas da Universidade de Granada, na Espanha, conseguiram criar pele humana artificial a partir de um material de origem biológica chamado fibrina-agarose. A pele artificial, criada por uma técnica que conhecida como engenharia de tecidos, foi implantada em ratos e apresentou excelentes resultados, inclusive recuperando funcionalidades da pele natural.

A descoberta, que poderá ser muito útil no tratamento de diversas patologias dermatológicas, exigiu o desenvolvimento de várias técnicas de microscopia imunofluorescente. Para chegar à pele artificial, os pesquisadores selecionaram as células que seriam empregadas e, a seguir, analisaram in-vitro a evolução da cultura. O controle de qualidade dos tecidos enxertados e sua integração com os tecidos naturais foi feita com a aplicação dos mesmos em ratos sem pelos.

A nova pele apresentou boas taxas de biocompatibilidade e nenhum sinal de rejeição, degenerescência ou infecção, apresentando cicatrização total vinte dias depois de implantada.

Até agora já haviam sido desenvolvidos outros substitutos artificiais da pele, como colágeno, fibrina, ácido poliglicólico e quitosana, mas o novo biocomposto está sendo encarado como uma revolução pelos cientistas, por ter mais resistência, firmeza e elasticidade.

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