Bruno Ruiz voando longe

Friburguense faixa preta no jiu jitsu é talento reconhecido em Dubai
sábado, 01 de setembro de 2018
por Paula Valviesse (paula@avozdaserra.com.br)
Bruno Ruiz
Bruno Ruiz

Há três anos o friburguense Bruno Ruiz, faixa-preta 1º grau de jiu jitsu, decidiu seguir seus sonhos e se mudou para os Emirados Árabes com a esposa Diana e as filhas Manuela e Ana Beatriz. Atualmente ele trabalha como professor da arte marcial em uma instalação militar em Dubai, maior cidade da costa do Golfo Pérsico, e investe em trabalho duro e muito treinamento para conquistar dois grandes objetivos: voltar a lutar em competições e abrir a sua própria academia.

Na base militar, Bruno ensina jiu jitsu para estudantes árabes, que estão servindo no exército do país. Assim como muitos brasileiros, que decidiram ir morar nos Emirados Árabes pela força que o esporte tem no país, estando presente em quase todas as instituições, o professor de apenas 28 anos conseguiu agora a estabilidade profissional necessária para voltar a investir em treinamento para competições.

“Trabalho na base militar, assim como outros professores brasileiros e estrangeiros, uma vez que normalmente quem vem para o país ensinar jiu jitsu dá aulas em escolas, na área de polícia ou no exército. Saí do Brasil em 2015, consegui essa oportunidade por meio de um recrutamento no Rio de Janeiro. Morei em outras cidades dos Emirados, atualmente me estabeleci em Dubai. E hoje tenho no meu emprego o tempo livre necessário, então estou treinando especificamente para voltar a lutar. O UFC é um sonho, todo atleta deseja participar de um evento desse porte. Infelizmente ainda não consegui chegar lá, mas ainda estou novo e tenho muita coisa pela frente”, conta Bruno.

Forte no MMA, ele espera ter a oportunidade de competir nos eventos locais, que conta serem grandiosos, tanto em investimento quanto em participação de bons atletas.

“Comecei a lutar aos 12 anos, no jiu jitsu, depois no muay thai. Aos 16 me descobri no MMA, comecei com atletas como Edson Barbosa e Marlon Moraes. Friburgo é um verdadeiro celeiro de lutadores. Fiz várias lutas quando morava no Brasil, agora estou voltando. E aqui todos os campeonatos são mega eventos, tenho participado de alguns, mas geralmente como árbitro ou na assessoria de atletas. Tem alguns eventos para faixa preta, só é preciso focar”.

O início não foi tão simples. Quando ele se mudou para o país, precisou ficar três meses longe da família porque sua mulher estava grávida de Manuela e foi preciso esperar o nascimento para que ela e as duas meninas mudassem. Além disso, tem a questão do idioma e as diferenças climáticas e da comida, que exigiram um pouco mais de adaptação.

“Eu já saí daqui falando inglês, lá só precisei desenvolver mais. Meus alunos falam inglês e árabe, então a gente vai se adaptando. A pior parte, com certeza, foi ficar longe da família no início. O restante só é diferente mesmo, muito calor, mas como é um país mais rico, mais desenvolvido, e boa parte é deserto, os passeios são mais para locais fechados e shoppings. Não é como aqui que a gente sai na rua, encontra os amigos e pára em qualquer lugar para fazer um lanche, por exemplo”, conta Bruno.

Além de voltar a lutar, ele ainda destaca que está se organizando, juntando dinheiro, para conquistar a sua academia: “Ainda não decidi onde vai ser. Gostaria que a situação do Brasil fosse melhor, mas especialmente no que diz respeito à luta, é muito complicado você se estabelecer e ter o devido reconhecimento. Em Dubai o salário é muito bom, temos muitas mordomias, é preciso estudar a questão e, claro, pensar no que é melhor para a minha família”.

 

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