Brasília desafiadora

segunda-feira, 07 de dezembro de 2015
por Jornal A Voz da Serra

O PEDIDO DE impeachment da presidente Dilma Rousseff, a situação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e a prisão do senador Delcídio Amaral não podem servir de motivo para a paralisação dos trabalhos legislativos no momento em que o país depende do ajuste fiscal para sair da crise.

O DESAFIO DO governo e das lideranças parlamentares é retornar o mais rapidamente possível à normalidade, deixando o episódio criminal para a Justiça, para o Ministério Público e para a Polícia Federal. O Brasil não pode continuar pagando o preço da crise política com o agravamento da crise econômica, vez que esta decorre em parte daquela.

O MOMENTO É de pânico no Congresso. Além da presidente Dilma, outros temores assolam os poderes de Brasília, especialmente entre os investigados pela Operação Lava Jato. Na lista inicialmente divulgada pelo Ministério Público Federal, há 13 senadores e 24 deputados, incluídos os dois presidentes das casas legislativas.

A PRINCIPAL DEFINIÇÃO entre os congressistas é a aprovação da meta fiscal de 2015, que autoriza União, Estados e municípios a fecharem o ano com um deficit de R$ 119 bilhões. O projeto, aprovado em sessão conjunta, serenou parcialmente os ânimos do governo mas não foi suficiente para que o Congresso traumatizado colocasse na ordem do dia a pauta do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

SÓ QUE A DECISÃO não salva o governo petista ou o mandato dos parlamentares ameaçados pela Lava Jato. Trata-se, isto sim, de salvar o país, de superar uma crise econômica que esgota as forças do setor produtivo e causa desemprego crescente.

DEPUTADOS E SENADORES têm que superar a perplexidade e unir esforços no sentido de levar adiante o ajuste fiscal, destravando o Legislativo e proporcionando condições para que a nação supere esse episódio turbulento de sua história. Se atuando com agilidade já será difícil deixar a crise para trás, imagine se o imobilismo perdurar.

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