Um programa criado com a pretensão de que acabe no menor tempo possível. Assim é o Programa Brasil Alfabetizado, do governo federal, implementado pela Coordenadoria Regional Serrana II, do governo estadual. A culminância da primeira etapa ocorreu na noite de terça-feira, com 250 alunos, que juntamente com professores, familiares e amigos que foram prestigiar a cerimônia formaram um grande público no Clube de Xadrez.
A mesa que conduziu os trabalhos foi formada com a coordenadora Valéria Gomes, a secretária municipal de Educação Ledir Porto, que representou o prefeito Heródoto Bento de Mello; a implementadora Liene de Mattos Wermellinger; o gerente do programa na secretaria estadual de Educação, Luciano Santana, entre outros representantes dos municípios de Bom Jardim, Sumidouro, Carmo e Duas Barras, que formam a base de atuação da coordenadoria de Nova Friburgo.
A coordenadora Valéria Gomes explicou o Programa Brasil Alfabetizado. Os municípios fazem suas adesões, formam as turmas e escolhem os professores com o objetivo específico de alfabetizar, tirar da escuridão de não saber ler e escrever toda e qualquer pessoas a partir de 15 anos.
EMPOLGAÇÃO COM O DESENVOLVIMENTO DOS ALUNOS
Uma das mais empolgadas com a formatura do Programa Brasil Alfabetizado era Liene de Mattos Wermellinger, implementadora do programa na área da Coordenadoria Regional Serrana II. Afinal, eram cerca de 250 alunos de 26 turmas da região que estavam se formando. Para ela o programa é um sucesso na região.
A implementadora divide com toda a equipe o sucesso do programa, que tem importância fundamental na região, onde o analfabetismo ainda é grande. Chega para atender a esse grande número de analfabetos ainda existente com a pretensão de que esse número vá diminuindo cada vez mais.
Os alunos formados pelo Programa Brasil Alfabetizado serão encaminhados a turmas de educação de jovens e adultos (EJA), em parceria com as secretarias municipais de educação. Ainda neste mês de agosto novas turmas de alfabetização serão formadas, iniciando as aulas já em setembro. O curso do programa Brasil Alfabetizado tem duração de oito meses. As aulas da primeira etapa foram iniciadas em 10 de novembro de 2008 e terminaram em 10 de julho passado. Não segue o calendário regular. Atende às pessoas que não tiveram oportunidade de estudar enquanto eram mais novos. E todos eles, nos mais diversificados lugares, são o alvo do programa. Até de transporte dispõem. É um programa de incentivo à cidadania. Até emprego já conseguiram por terem se alfabetizado. Muitos dos alfabetizados são da zona rural e sabem agora como lidar com agrotóxicos; donas de casa já fazem a lista de compras; participam de palestras, encontros, enfim, passam a ser úteis à comunidade e colaboram para o desenvolvimento de suas cidades e região. Tanto que o programa tem apoio da Emater.
EXCELENTE TRABALHO
O sucesso do programa na área da Coordenadoria Regional Serrana II foi atestado por Luciano Santana. Em todo o estado o programa tem 35 mil alunos e 2.200 professores. Luciano garante que na Região Serrana II foi feito um excelente trabalho, elogiando toda a equipe.
A secretaria estadual de Educação já está trabalhando para a etapa 2009 do Programa Brasil Alfabetizado, conforme frisou Luciano, para aumentar o atendimento, já que os índices de analfabetismo ainda são altos, embora a expectativa é que esse atendimento comece a decrescer.
VIDA MELHOR
A aluna mais idosa que se formava naquela noite era Maria Balonecker Neto, de 84 anos. Mal assinava o nome e agora lê e escreve. É de Barra Alegre, em Bom Jardim, e diz que quando vai ao centro de Bom Jardim ou Nova Friburgo já lê as placas das lojas e não tem mais dificuldade para pegar ônibus.
Já José Carlos da Silva Veloso, de 26 anos, fez o curso em Dona Mariana, em Sumidouro, onde trabalha como lavrador. O curso foi de muita importância para ele, pois sabia muito pouco de ler e escrever, o que já faz bem agora. Sentia vergonha de não saber ler e escrever direito diante de outras pessoas, além de não saber que ônibus pegar, dependendo da ajuda dos outros. Ele também queria tirar carteira de motorista e não podia. Agora já providenciou a carteira e tem maior desenvoltura sozinho. E isso foi só o começo, pois quer continuar estudando. “Até onde eu puder”, disse José Carlos, confiante.
A secretária estadual de Educação, a friburguense Tereza Porto, enviou mensagem a todos em vídeo, por não poder estar presente à cerimônia de formatura dos alunos.
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