Botijão de gás pode chegar a R$ 80 em Friburgo com novo aumento

Petrobras anunciou reajuste médio de 12,2% na última terça. Cidade já tem o preço final mais alto do estado
domingo, 10 de setembro de 2017
por Guilherme Alt
Botijão de gás pode chegar a R$ 80 em Friburgo com novo aumento

A Petrobras informou na última terça-feira, 5, que o preço do gás de cozinha terá um reajuste de 12,2%, devido aos estoques estarem muito baixos e eventos extraordinários como os impactos do furacão Harvey na maior região exportadora mundial de gás liquefeito de petróleo, nos Estados Unidos. Até o fechamento desta edição, após consultar várias distribuidoras, o aumento ainda não havia sido repassado ao consumidor friburguense. A média do preço do botijão de gás é de R$ 70 no município.

“Ainda não sabemos se o patrão vai segurar esse aumento ou se vai repassar ao consumidor por conta desse reajuste da Petrobras. Por enquanto a única informação que nós temos é de que o preço atual (R$ 70) está mantido”, disse um funcionário de uma distribuidora.

Se for integralmente repassado ao consumidor, a empresa informa que “o preço do botijão de GLP P-13 pode ser reajustado, em média, em 4,2% ou cerca de R$ 2,44 por botijão, isso se forem mantidas as margens de distribuição e de revenda e as alíquotas de tributos”.

A Petrobras informou que o Grupo Executivo de Mercado e Preços (Gemp) fará uma nova avaliação do comportamento deste mercado em 21 de setembro com possibilidade de subir ou baixar, de acordo com o comportamento do mercado internacional. Em outro comunicado, a empresa informou reajuste de 2,5% nos preços das distribuidoras do GLP destinado a uso industrial e comercial, também passou a ser válido a partir da última quarta-feira, 6.

Considerando a média atual do gás de cozinha, em Nova Friburgo, sendo de R$ 70, com o reajuste de 12,2% sendo repassado integralmente ao consumidor, o preço pode subir R$ 8,54 e ser revendido a R$ 78,54. Vale lembrar que Nova Friburgo é o município que cobra o preço mais caro do estado, do gás de cozinha.

Cartel

Em agosto passado, o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor de Nova Friburgo (Procon-NF) começou a investigar uma possível formação de cartel na cidade, após receber um abaixo-assinado com 731 assinaturas de vários bairros da cidade que protestavam contra o preço do gás de cozinha e da falta de opção para encontrar preços mais baratos, já que todas cobram praticamente o mesmo valor.

O coordenador do Procon-NF, Dr. André Abicalil, afirmou que já notificou as empresas para obter informações sobre os motivos de cobrarem valores parecidos. “Em algumas semanas eu devo receber as planilhas de gastos e os porquês de todas elas cobrarem esse valor”.

A suspeita, de acordo com Abicalil, é a de que as empresas estejam fazendo um esquema de cartel, que é um acordo de cooperação entre empresas que buscam manter (entre elas) a cota de produção do mercado, determinando os preços e limitando a concorrência. “Existe uma chance de se ter essa cartelização por conta do valor cobrado pelo botijão. A variação é muito pouca e quase todas cobram o mesmo preço”, explicou o coordenador do Procon-NF.

Comparativo

Nas maiores cidades do estado, por exemplo, como a capital Rio de Janeiro, o preço médio do gás de cozinha é revendido ao consumidor por R$ 52,40; em Niterói, R$ 48,69; em São Gonçalo, R$ 50; e em Teresópolis, cidade próxima a Nova Friburgo, o valor é de R$ 61,17. Esses valores são de acordo com o site da Agência Nacional de Petróleo (ANP), no intervalo de 27 de agosto a 2 de setembro.

 

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