A partir desta próxima segunda-feira, 5, o consumidor friburguense vai sentir ainda mais a alta do preço no gás liquefeito de petróleo, mais conhecido como gás de cozinha. O valor do combustível, que já era motivo de inúmeras reclamações em Nova Friburgo, ficará ainda mais caro na semana que vem — um reajuste que pode chegar aos 15%, conforme divulgado pelo Sindicato dos Revendedores de Gás Liquefeito de Petróleo do Estado do Rio (Sirgaserj). De acordo com o órgão, o percentual foi estipulado levando-se em conta a aplicação do dissídio para os trabalhadores das empresas distribuidoras, sem acrescentar o custo do frete e os insumos de logística.
Atualmente, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço praticado em Nova Friburgo é o mais caro do estado. De acordo com os valores divulgados pela agência, dentre os dias 21 e 27 de agosto, o preço mínimo foi de R$ 60 e o máximo de R$ 62. Cerca de R$ 5 a mais caro do que era praticado em Teresópolis na mesma ocasião, por exemplo. Se o friburguense solicitar a entrega do botijão em domicílio esse valor é ainda maior, cerca de R$ 66. Alguns revendedores justificam que o preço do gás é mais caro em Friburgo por causa do maior custo para o transporte do produto na Região Serrana.
Com a novidade, o preço do gás de cozinha chegará a, ao menos, R$ 70 a partir da próxima semana. “Já fiquei assustada com o preço do último botijão que comprei. Foram 66 reais. Agora, com um novo aumento, o que resta é tentar economizar ainda mais”, declarou a costureira Marlene de Oliveira. Para diminuir o impacto no bolso do consumidor, algumas revendedoras da cidade não devem repassar o valor de acordo com o teto permitido.
“Não será possível ignorar esse aumento e ele precisará ser repassado ao consumidor. O que faremos é não incluir todo esse percentual no valor final. Nosso botijão ficará 7,92% mais caro e não 15% como é permitido pelo teto”, informou o gerente operacional e financeiro de uma das revendedoras que atendem o município, Gerson Pereira.
O filme se repete
Já não é a primeira vez que o botijão de gás de cozinha de 13 kg chega aos R$ 70 em Nova Friburgo. Em setembro do ano passado, a tarifa do gás sofreu um acréscimo: o preço, que girava em torno de R$ 58, chegou à casa dos R$ 70, um reajuste de cerca de 20%. O mais polêmico, no entanto, foi o fato de as três distribuidoras de gás de cozinha que operam no município venderem o combustível pelo mesmo valor. O caso gerou reclamações e denúncias ao Procon local, que iniciou uma investigação de possíveis irregularidades na cobrança, tanto por ser um preço alto quanto por ser o mesmo em todas as empresas — o que configuraria cartel. Na ocasião, foram enviadas notificações às distribuidoras para que estas prestassem informações ao órgão. Mas a ilegalidade não foi comprovada.
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