O secretário municipal de Esportes e Lazer, Renato Satyro, e o vereador Gustavo Barroso, tiveram encontro com o secretário estadual de Esporte e Lazer, André Lazaroni, no ginásio do Maracanãzinho, Rio de Janeiro. Entre outros assuntos, conversaram sobre as Olimpíadas do Rio 2016 e a busca de parcerias para projetos incentivados.
O encontro teve a participação de vereadores e secretários de esporte dos municípios de Miracema, Pádua e Duas Barras. Renato Satyro aproveitou a oportunidade e pediu ajuda ao secretário estadual para viabilizar a liberação de mais núcleos das Olimpíadas para Nova Friburgo e ouviu uma resposta positiva de Lazaroni, que afirmou a pretensão de ajudar a cidade. Ele se comprometeu ainda a fazer capacitações para que as secretarias elaborem projetos e prestações de contas, visando buscar novos parceiros junto à iniciativa privada para projetos incentivados na área de esporte.
O secretário estadual agendou uma nova reunião com o prefeito Rogério Cabral para os próximos dias. “Conseguir um primeiro contato e um segundo já agendado é um avanço muito grande”, comemorou Satyro.
Maracanã cotado para a final da Taça Rio
Desejo da Federação de Futebol do Rio depende de ajustes no calendário
Desde a interdição do Engenhão, o estádio Raulino de Oliveira passou a ser o principal palco do futebol fluminense. A casa do Volta Redonda foi a escolhida para os jogos decisivos da Taça Rio, mas se depender do presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro, Rubens Lopes Filho, as finais serão realizadas no Maracanã. O dirigente revelou o desejo de realizar a final do segundo turno do estadual no estádio, desde que ela seja disputada entre um time grande e o outro médio.
No mesmo dia, já está programado um amistoso entre Amigos de Ronaldo e Amigos de Bebeto. O evento-teste só será aberto para 20 mil pessoas. Além disso, neste mesmo fim de semana estão marcadas as semifinais da Taça Rio, o que obrigaria a Federação a antecipar os dois jogos para o meio de semana anterior e assim alocar, sem maiores problemas, a final no dia 27. Atualmente, a decisão está programada para 5 de maio.
Em obras desde setembro de 2010, o Maracanã teve a cobertura concluídas na terça-feira, 9.
ESTÁDIO NÃO DEVE FECHAR APÓS COPA DAS CONFEDERAÇÕES
Na tarde da última segunda-feira, 8, o governo do estado divulgou nota oficial afirmando que o Maracanã não será fechado para novas obras após a atual reforma para a Copa das Confederações e para a Copa do Mundo de 2014.
O governo garante que mantém contato constante com o Comitê Rio 2016 e que as solicitações do Comitê Olímpico Internacional serão negociadas de forma harmônica, para evitar novo fechamento do estádio que será palco das cerimônias de abertura e encerramento das Olimpíadas.
Nota do governo do Rio de Janeiro
Diferentemente do que foi publicado por alguns veículos de comunicação, o Governo do Estado do Rio de Janeiro esclarece que o estádio do Maracanã não será fechado para novas obras após a conclusão das que ocorrem atualmente e que deixarão o estádio pronto para receber a Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016.
Vale ressaltar que o Governo do Estado mantém contato constante com o Comitê Rio 2016 e que há entendimento entre tais autoridades para a preparação adequada para a realização dos Jogos Olímpicos. É preciso deixar claro que as exigências e padrões internacionais são observados nas intervenções. Há, porém, solicitações que, naturalmente, sempre são negociadas entre as partes de forma harmônica.
Não haverá, portanto, qualquer obra de modificação do estádio do Maracanã após a que está sendo agora finalizada - salvo as do Complexo (fora do estádio propriamente dito) e que constam como encargos do futuro concessionário, já discriminadas no Edital de Licitação.
Comitê Organizador dos Jogos também se manifesta
Horas depois, também por meio de nota oficial, o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos - Rio 2016 reiterou que a obra em andamento contempla todos os requisitos esportivos para os Jogos de 2016 e que eventuais adaptações para as cerimônias de abertura e encerramento serão feitas a partir de instalações temporárias.
Uma nova ordem no futebol carioca?
Jorge Maroun
Algo de diferente vem acontecendo no futebol carioca, de forma silenciosa e despercebida da grande mídia da capital. Um sintoma desta mudança ocorreu no final do ano passado quando o Nova Iguaçu ganhou a Copa Rio e, pela primeira vez na competição, escolheu disputar o brasileiro da Série D em vez da Copa do Brasil (vaga que ficou com o vice-campeão, o Bangu). Geralmente, o Brasileiro da Série D significa investir, enquanto a Copa do Brasil representa receber receitas da TV e ter as despesas de passagem custeadas pela CBF.
Recentemente, a mídia divulgou a bagunça administrativa em alguns dos chamados grandes clubes do Rio de Janeiro, que possuem dívidas astronômicas. Alguns sequer têm um estádio simples, como o Friburguense tem o Eduardo Guinle, por exemplo, para mandar jogos de menor porte. Talvez a atual posição de Vasco e Flamengo na Taça Rio seja mais um pequeno sintoma desta silenciosa mudança.
Jogadores como Marcel, do Resende, que resolvem literalmente jogos, sequer são citados nos programas de esporte das grandes emissoras. Duvida? Veja os dois golaços que marcou na vitória de 2 a 1 do Resende sobre o Macaé pela terceira rodada desta Taça Rio (no site da Ferj é possível ver estes gols). No Resende, além dele, outros jogadores têm sido úteis, como Hiroshi, Elias e Dudu. Também por causa deles, o Resende ostenta a ponta do Grupo B deste segundo turno.
Apesar da estrela do Friburguense ser o bom Jorge Luiz (que na sua passagem pelo Flamengo sequer entrou em campo, mesmo com o limitado plantel que o clube rubro-negro apresentou na Série A do ano passado. Pagou o jogador para não utilizá-lo), os dois meias que vêm se destacando neste estadual pelo Friburguense são Lucas e Marcelo. O primeiro tem classe, cabeceia bem, é raçudo, inteligente e possui bom passe. Marcelo corre o campo todo, tem explosão, chuta bem e mesmo sendo criativo, sabe desarmar os adversários. Há outros bons valores, como o atacante Denilson, do Audax, e o forte meia Rodrigo Souza, do Nova Iguaçu, para ficar nestes. Alguém os conheceu pela cobertura do Cariocão?
E os novos treinadores? O Audax joga num estilo valorizado pela mídia nacional e mundial, com a bola no chão, sem dar um chutão, e o técnico Mauricio Barbieri não é sequer citado pela grande mídia. O bom trabalho que desenvolve à frente da equipe de São João de Meriti deveria ser exaltado, ou pelo menos, comentado. Talvez, se tivesse empresários fortes (não sei quem o empresaria), estaria sendo chamado por algum outro clube. Daqui a pouco tempo vai acabar no mundo árabe e a oxigenação necessária de treinadores na Série A fica vazia, um discurso em vão, enquanto Luxemburgo, Felipão, Dorival e Muricy... (sem nenhum demérito a estes profissionais) permanecem ganhando fortunas.
Não acredito que houve uma grande profissionalização dos clubes do interior que explique esta mudança que assistimos na Taça Rio (apesar deste processo estar em curso lentamente em todo Brasil), mas o maior incentivador é o sonho de chegar à Série C, num primeiro momento. Composta por vinte clubes e com direitos de transmissão adquiridos pelo canal Sportv, a Série C é a certeza de calendário o “ano todo” e recursos. Por isso, assistimos à briga acirrada pelas equipes chamadas pequenas pela vaga na Série D: Boavista, Audax, Bangu, Friburguense, Volta Redonda, Resende... lutam para ocupar esta posição e poder dar sequência ao trabalho que desenvolvem atualmente, no segundo semestre.
A luta pela vaga é tão grande que—para estas equipes—são jogados dois campeonatos: a Taça Guanabara e Rio e o campeonato de pontos corridos. Perceba que os clubes que estão na Série C (Macaé, Duque de Caxias e Madureira) têm tido um desempenho inferior à maioria dos clubes que buscam a D, talvez porque a luta pela sobrevivência leve à superação de limites.
Apesar de vários jornalistas terem a opinião de que a fórmula dos estaduais deve mudar (não sou contrário a ajustes, mas contrário à crítica que não oferece boas soluções), não me parece lógico uma equipe sonhar em ser campeã da Libertadores e mundial, mas não ser campeã da sua região, cidade ou estado. Os “grandes clubes” querem sócio-torcedores (e consumo dos produtos licenciados), mas não querem atuar, por exemplo, no interior, onde está boa parte destes torcedores (expliquei anteriormente o erro cometido pelos clubes menores quando movidos pela ganância aceitaram—de forma legítima (não imposta)—tal condição no estadual do Rio). Há quanto tempo um grande clube do Rio não faz um giro pelo Norte ou Nordeste? Lembro-me do Flamengo indo ao Piauí no ano passado, jogar para o estádio cheio e por uma boa grana. Isto sim é ser inteligente e respeitar o torcedor.
Um novo horizonte surge no futebol carioca. Se as direções dos chamados clubes pequenos se unirem, investirem em profissionais dentro e fora do campo (no Marketing e na Comunicação, por exemplo), o futebol do Rio pode mudar muito ainda. Pois a bagunça dos grandes clubes pode custar-lhes, num médio prazo, a hegemonia no futebol do Rio de Janeiro. Será?
Jorge Maroun é coordenador do curso de Comunicação Social da Estácio de Sá campus Nova Friburgo
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