José Duarte
Nesta segunda-feira, dia 2, o Corpo de Bombeiros, em todo Brasil, estará em festa. Nesta data, em julho de 1856, foi instituído pelo então Imperador do Brasil, D. Pedro II, o Dia Nacional do Bombeiro. Naquele momento, o nome grafado no decreto foi Dia do Corpo de Bombeiros Provisório da Corte de D. Pedro II. Com o passar do tempo a data ficou conhecida nacionalmente e hoje, em todas as corporações do nosso país, a data é lembrada.
No momento em que a instituição completa 157 anos, A VOZ DA SERRA presta uma homenagem aos bombeiros de nossa cidade. Escolhemos dois bombeiros para homenagear toda a corporação: o sargento Ferreira Neto, o mais novo na corporação, e o sub-tenente Ivo Storck, o mais antigo, além do coronel Palência.
O Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro é o maior e mais antigo do Brasil. Em Nova Friburgo, o 6° Grupamento de Bombeiro Militar, hoje comandado pelo coronel Luiz Emmanoel Palência Barbosa, abrange outros nove municípios: Cachoeiras de Macacu, Bom Jardim, Duas Barras, Trajano de Moraes, Macuco, Santa Maria Madalena, Cordeiro, Cantagalo e São Sebastião do Alto. O coronel explica o dia a dia da corporação: “Somos o maior efetivo em áreas de atuação, procuramos manter um relacionamento de família entre praças e oficiais. Nosso dia a dia é muito corrido, mas posso dizer que a corporação é realmente e extensão do nosso lar”, disse o comandante.
Com grande experiência na área nuclear, o coronel Palência informou que os outros municípios da região têm 30 homens em cada um, totalizando aproximadamente 250 bombeiros sob seu comando. Ele foi nomeado em 25 de janeiro de 2011, e assumiu no dia 30. De lá para cá, tem procurado manter relacionamento estreito com a comunidade e autoridades. “Temos que trabalhar pela cidade. Não podemos ficar parados. Depois da tragédia, a cidade ficou mais vulnerável e nossa missão de bombeiro militar e salvador de vidas, é fundamental’, finalizou o comandante.
O sargento Ferreira Neto tem 31 anos de idade e há quatro está na corporação. Escolheu esta profissão porque era um sonho de criança: “Quando era criança, olhava a viatura passando e meus olhos brilhavam. À medida que fui crescendo este sonho foi aumentando no meu pensamento”, lembrou o sargento.
Casado com Ana Maria, Neto tem uma filha de 10 meses, Mariana. Ele afirmou ainda que este é um emprego de futuro porque a instituição oferece segurança. “É uma experiência gratificante, sair para socorrer as pessoas”, salientou.
Ele recorda com alegria uma experiência boa nestes quatro anos, que é o agradecimento das pessoas. “Todo mundo gosta de elogios e fico muito feliz quando passo pelas ruas e as pessoas agradecem, nos apontam nas ruas como salvador de vidas. Principalmente quando estamos em operação, e a pessoa olha e diz, ‘o bombeiro chegou’”, comentou Ferreira Neto, relembrando com muita tristeza a perda dos três colegas na tragédia de 12 de Janeiro, na Rua Augusto Spinelli. “Eu estava junto, realmente foi uma tragédia, porque vimos nossos colegas não conseguirem se salvar. E depois, ainds ter que resgatar os restos mortais deles, foi pior ainda. Graças a Deus, eu consegui sair vivo, mas sinto muito pelas famílias dos colegas mortos”, encerrou o sargento.
Com 51 anos de idade e 30 de corporação, o sub-tenente Ivo Storck é um dos mais experientes do 6º Grupamento de Bombeiro Militar. Casado com Raquel é pai de três filhos: Lucas 17 anos, Poliana, 9 e Paula, 7 anos. Ele já trabalhou na unidade de Cordeiro, Cachoeiras de Macacu e Bom Jardim, e neste período já presenciou bons e maus momentos.
A experiência boa foi o salvamento de uma menina num acidente de carro em Cordeiro: “Ela estava presa nas ferragens e nós fomos acalmando-a, tranqüilizando-a até o hospital e graças a Deus ela está salva. Isso foi há mais ou menos 10 anos, mas depois o pai dela nos enviou uma carta de agradecimento pelo carinho e tranqüilidade que tivemos naquele momento. Nunca esqueci isso e guardo esta carta até hoje. Isso é bom, o reconhecimento da população”, destacou Ivo.
Mas o sub-tenente Ivo também não esquece alguns momentos ruins, como, por exemplo, um acidente com um ônibus da antiga Gargaú na Curva do Perigo, em Macuco. “Foram nove mortos. O teto do ônibus rasgou todo e feriu gravemente muitas pessoas. Três crianças desapareceram no rio e tivemos muito trabalho naquele dia. Foi triste ter que juntar pedaços dos corpos das pessoas”, lamentou o oficial.
MENSAGEM – Os dois homenageados enviaram mensagens para aqueles que querem seguir a carreira de bombeiro militar: “É preciso ter coragem, muita dedicação e respeito à profissão”, diz o sargento Ferreira Neto, no que é corroborado pelo sub-tenente Ivo Storck: “Para ser bombeiro tem que ter vocação, espírito altruísta e capacidade de arriscar a vida no cumprimento do dever. O reconhecimento da população é o nosso maior prêmio e o mais importante troféu”, finalizou Ivo Storck.
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