Blocão do Frizão vai homenagear Bimba no Carnaval 2016

Responsável pela tradicional Escolinha do Serrano, Carlos Weber Jaccoud deixou um legado na vida de centenas de friburguenses
quarta-feira, 16 de dezembro de 2015
por Vinicius Gastin
Em 2015, o tema foi os 35 anos de fundação do Friburguense (Foto: Divulgação/Friburguense A.C)
Em 2015, o tema foi os 35 anos de fundação do Friburguense (Foto: Divulgação/Friburguense A.C)

Ele deixou este plano em 2015, mas a obra e as consequências de seu trabalho permanecem vivas em centenas de famílias de Nova Friburgo. Em forma de reconhecimento aos serviços prestados por Carlos Weber Jaccoud, o saudoso Bimba, o Blocão do Frizão escolheu o responsável pela tradicional Escolinha do Serrano como tema para o carnaval de 2016. "Do Serrano ao Friburguense, uma história de amor e carinho" será cantado e exaltado na Avenida Alberto Braune na sexta-feira de Carnaval (próximo dia 5 de fevereiro). Os ensaios acontecem regularmente no clube, geralmente às sextas-feiras.

Qualquer pessoa, sócia ou não sócia do Friburguense, pode adquirir as camisetas para participar do desfile. Os modelos, em variados tamanhos, já estão à venda na Cantina Fri-Clube. Em 2015, o bloco homenageou os 35 anos de fundação do Tricolor da Serra. A festa na avenida contou com mais de 400 pessoas, além da presença de alguns ídolos como Adriano e Eduardo, dirigentes e até mesmo de jogadores do elenco profissional, que haviam sido liberados pela diretoria para compor o desfile.

Bimba: formação de atletas e cidadãos

Desde os 16 anos de idade, Carlos Weber Jaccoud, o Bimba, trabalhou com crianças em Olaria. Na época ele jogava no juvenil do Serrano e já tomava conta da categoria pré-mirim. Mais tarde, formou uma escolinha de futebol com o amigo Carvalho, dos Correios, e continuou com o trabalho mesmo após a fusão do Serrano com o Fluminense, resultando no atual Friburguense. Seu pai, Weber Jaccoud, foi um dos fundadores do antigo Serrano.

Por mais de 20 anos, Bimba contou com a ajuda do amigo Luiz Combat. Outros, como Marcos Vinícius Mafort de Souza e Ricardo Pereira também fizeram parte dessa história. Os filhos Sávio e Sormani também foram e ainda são incentivadores da causa. A escolinha atendia crianças e adolescentes de 5 a 15 anos nas categorias fraldinha, sementinha, pré-mirim, mirim e infantil.

"Isso, para mim, é o maior orgulho", costumava dizer, sempre citando três garotos que começaram a jogar bola em sua escolinha e que chegaram à seleção brasileira sub-20: Felipe, que jogou no Botafogo; Tinga, que jogou na Ponte Preta, Palmeiras, Ceará e defendeu o Avaí nesta temporada; e Rafael Galhardo, ex-Flamengo, Santos, Bahia e atualmente no Grêmio, juntamente com seu irmão Marquinhos, do Friburguense.

Mesmo os que não continuaram no mundo do futebol trilharam um bom caminho na vida. São os mais variados profissionais, de áreas diversas, que formaram suas famílias. A tradicional pergunta "Quem nunca jogou com o Bimba?" tornou-se um marco entre os jovens de inúmeras gerações, reforçando a importância e a magia do trabalho feito durante décadas no Campo do Serrano.

O Blocão do Frizão

A paixão pelo samba sempre reuniu amigos no Friburguense. Durante anos, a "Segunda sem lei", evento realizado às segundas-feiras de carnaval, foi a principal confraternização entre eles. O encontro ocorria na churrasqueira do clube logo depois do tradicional futebol das piranhas. Aos poucos, a festa foi perdendo força e o número de participantes diminuiu. No final de 2005, Edmilson Debossan e o xará Edmilson Py desenvolveram a ideia de criar um bloco para desfilar na sexta-feira de carnaval. O projeto do Blocão do Frizão foi prontamente aceito por Jones Canto, à época vice-presidente social na administração de Cesar Cornélio. Nomes como Monstrinho, Marcelo Cintra, Fabrício Stutz, Carlyle, Biru, Gibi e Robson Bob foram fundamentais para colocar a ideia em prática.

Os instrumentos foram doados pelo sócio Weimar Jaccoud, que já os emprestava para os encontros da "Segunda sem lei". Como as peças para formar a bateria eram poucas, algumas outras foram alugadas. O comando dos ritmistas ficou sob responsabilidade de Elton Valeriano e, assim, o Blocão do Frizão estava formado. O primeiro foi "O Viagra do Frizão: se subir, não desce mais", e o desfile antecedeu o Blocão do Rastafare, tradição que é mantida até hoje.

O bloco evoluiu e hoje possui instrumentos próprios, comprados com o dinheiro da venda das camisetas. O montante também é utilizado na manutenção de algumas peças e compra de adereços. A cada ano novas experiências são vividas. Os enredos retratam assuntos ligados ao esporte e desde 2005, ano de sua fundação, o Blocão do Frizão só não desfilou em duas oportunidades.

Foto da galeria
Camisetas do Bloco são vendidas na cantina do clube (Foto: Vinícius Gastin)
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