Não casar é uma realidade cada vez mais comum. Motivadas pela busca de crescimento profissional e pela quebra do paradigma de que construir uma família é sinônimo de felicidade, muitas pessoas têm optado apenas por viver junto, sem oficializar a união, ou mesmo manter um relacionamento morando em casas separadas.
De acordo com a pesquisa Estatísticas do Registro Civil, divulgada em novembro do ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil registrou 1.095.535 casamentos civis em 2016, dos quais 1.090.181 entre pessoas de sexos diferentes e 5.354 entre pessoas do mesmo sexo. O levantamento mostra que houve queda de 3,7% no total de casamentos em relação a 2015.
Mas, quem pensa que casar de papel passado saiu de moda está enganado. Pelo menos entre os friburguenses da geração Y (nascidos entre os anos 80 e meados de 90), noivado, casamento civil e religioso ainda fazem parte da lista de desejos, especialmente entre as mulheres. Na contramão da tendência nacional, o casal de namorados, agora noivos, Daiane Martins e Maurício Carvalho, de 22 e 24 anos, por exemplo, está na contagem regressiva para o grande dia.
Os dois (foto) se conheceram em 2010, quando adolescentes. Na época, Daiane tinha apenas 14 anos e Maurício 16. “Nos víamos sempre na rua. Eu já o achava muito lindo, mas só ficava admirando e, embora sempre estivessemos próximos, graças aos muitos amigos em comum e frequentássemos os mesmos lugares, a primeira conversa aconteceu através de uma rede social. Conversamos muitos dias, antes que eu aceitasse o convite para um encontro”, revela Daiane, contando que o pedido de namoro aconteceu um mês depois.
A noiva explica que sempre teve vontade de se casar. “Sempre sonhei com um pedido especial e com o dia do casamento. Em julho do ano passado, o Maurício me fez o pedido e desde então estamos planejando todos os detalhes. Escolhemos o dia 27 de outubro para oficializar a união. Casaremos no cartório e faremos a cerimônia e festa em um sítio”, conta. Maurício também está ansioso: “Estamos muito felizes por viver essa nova etapa. Está sendo tudo incrível”, afirma.
“Tá na hora, né?!”
Outro casal que já está com data marcada para o casório é formado pela jornalista Viviane Botelho Pereira, 25 anos, e o designer, Victor Gomes, 26. Os dois (foto) se conheceram na virada do ano de 2011 para 2012. “Com amigos em comum, acabamos passando a virada do ano juntos e foi quando demos o primeiro beijo. Mas, em fevereiro de 2012, me mudei para São Paulo para estudar”.
Viviane conta que, apesar da distância, em abril daquele ano eles oficializaram o namoro. “Chegamos a ficar 2 meses sem nos vermos. Foi bem difícil, era muita saudade, mas continuamos juntos. Em outubro, passei para a UFRJ, uma meta que levei 3 anos estudando, para conquistar, e finalmente na terceira tentativa, deu certo. Nem pensei duas vezes: voltei no mesmo dia em que fui chamada! O relacionamento, desde então, só se fortaleceu”.
Sobre o pedido de casamento, no alto da Serra -- com vista para o Rio de Janeiro -- Victor conta que foi uma mistura de estratégia e romance. “Não estava em nossos planos casar em 2019, só em 2020. Mas, pensei: tá na hora, né?! Estamos juntos há 6 anos e a necessidade de maior liberdade só aumenta. Conversamos com as nossas famílias sobre a nossa decisão e todos ficaram felizes. Depois disso, começamos a agilizar o processo do casamento, que será no dia 15 de junho do ano que vem”. A data tão aguardada pelo casal promete ser ainda mais especial. Porque o pai da noiva é pastor e ele mesmo fará o casamento.
Questionados sobre o desejo de oficializar a união, Viviane e Victor foram enfáticos: “Entrar em um relacionamento, para mim sempre teve o sentido de projetar uma continuidade, que significa casar e constituir família. Se a pessoa escolhida pensasse diferente, evidentemente eu não estaria com ela. Agradeço a Deus por termos essa sintonia tão boa e estarmos caminhando para essa continuidade”, disse a noiva.
Já Victor, viu nos pais o sentido da palavra casamento. “Meu pai e minha mãe são um exemplo para mim de relacionamento como casal e como pais. Vi, através deles, como constituir uma família é algo incrível e que pode ser bom, mesmo para os dias de hoje”.
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