Bruno Pedretti
Não é à toa que muitos cineastas seguem perseguindo ‘o grande beijo’. Catalisador de geração de energia do organismo humano, o beijo representa, antes de tudo, a unidade”. Palavras do fotógrafo Fernando Braune, autor dos belos trabalhos reunidos na exposição Beijos Cinematográficos. A mostra faz parte do festival que vem movimentando a cidade este mês, o 1º Cineamor, e pode ser vista na Usina Cultural Energisa até o próximo domingo, 13.
Para o fotógrafo, inúmeros sentidos são ambivalentes de união: seja no ‘osculum’, que resulta da união espiritual como narrado no Cântico dos Cânticos, no beijo do Espírito Santo, nos beijos de submissão aos reis e juízes na antiguidade, no beijo vassalo ao senhor feudal, no beijo dos amantes, cada um com seus significados, mas todos carregando em si algo de paixão.
Assim, partindo da transcendência de significados do beijo, Fernando Braune fotografou o que chamou de Beijos Cinematográficos, em meio a uma excessiva quantidade de matéria depositada sobre as imagens, em contraste com uma atmosfera espiritual.
As imagens fotografadas a partir dos filmes foram impressas em preto e branco, em papel-cartão, trabalhadas à mão com lápis pastel seco e tinta acrílica, e então digitalizadas e reforçadas em computador. Finalizadas, foram impressas em tela de lona, onde uma série de elementos relacionados de alguma forma à transmissão de energia foram bordados sobre as telas, alinhavados pela paixão desmedida revelada na cor vermelha em equilíbrio com o violeta.
Trata-se de um primoroso trabalho do friburguense Fernando Braune, que vale a pena ser conferido. Até quinta-feira a exposição pode ser visitada das 9h às 22h e, de sexta-feira a domingo, das 10h às 24h. Entrada franca.
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