Bastidores da Política - 26 de janeiro 2011

Dilma anuncia amanhã investimentos para Nova Friburgo e outros municípios A visita da presidente Dilma Rousseff e da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, amanhã, 27, ao Rio de Janeiro, está sendo aguardada com grande expectativa pelo vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão. Elas deverão anunciar mais ajuda do governo federal para a construção de unidades habitacionais na região afetada pelas chuvas. Segundo Pezão, as construtoras ligadas ao programa federal “Minha Casa, Minha Vida” se comprometeram a doar duas mil unidades habitacionais nas três principais cidades devastadas pela tragédia climática do último dia 12: Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis. Segundo Pezão, o governo estadual planeja construir oito mil unidades, que atenderão as vítimas da tragédia que se encontram em abrigos, assim como famílias que ocupam áreas consideradas de risco. O Estado espera agora a definição da ajuda que será anunciada pela presidente para saber quantas casas ainda terão de ser construídas para atingir a meta. “Não estamos preocupados apenas com essa chuva, uma coisa pontual. Estamos fazendo uma programação para os próximos três anos, que irá atender não só aqueles que estão em abrigos, mas também famílias que ocupam hoje áreas de grande risco”, frisou. O vice-governador, que se transferiu para Nova Friburgo desde o dia 13 e ainda não tem data para retornar definitivamente ao Rio, lembrou que o Estado já está estudando os terrenos que abrigarão essas casas. Em seguida, será feita toda a preparação necessária visando oferecer infraestrutura para a instalação dos condomínios. A expectativa é de que duas mil unidades comecem a ser construídas em Nova Friburgo já em março. Os imóveis populares, com toda a infraestrutura urbana, serão erguidos na Fazenda da Laje, no distrito de Conselheiro Paulino, numa grande área já desapropriada pela Prefeitura, com o aval do Judiciário. Pezão acompanha demolição de casas e promete novo plano diretor para o município O vice-governador e secretário estadual de Obras, Luiz Fernando Pezão (c), acompanhou segunda-feira, 24, o início dos trabalhos de demolição de casas em áreas de risco no bairro Alto Floresta, no distrito de Conselheiro Paulino. A região foi uma das mais atingidas pela devastação climática que ocorreu há duas semanas na cidade. O trabalho de demolição de 18 casas ainda continuava ontem. “Essa área vai ser recuperada e reflorestada, para evitar novas ocupações”, afirmou Pezão. O vice-governador e secretário de Estado de Obras reuniu-se domingo, 23, com representantes de construtoras de pequeno e médio portes de Nova Friburgo, para solicitar o empenho de todos em um mutirão de reconstrução do município. Ao destacar que o governo estadual já dispõe de recursos para a execução de obras, Pezão pediu aos construtores que apresentem até hoje, 26, seus projetos para a elaboração de um plano diretor. Pezão lembrou o grande momento de união que a região serrana está vivendo, inclusive com a participação de 30 geólogos e mais de 200 engenheiros, colaborando com os estudos de reconstrução. “É fundamental a utilização dos 180 dias em que a cidade está sob o regime de calamidade pública, para o emprego de tudo o que for necessário para as obras emergenciais”, ressaltou. Ele também anunciou a decisão do Estado de construir um grande parque ecológico, de 20 quilômetros de extensão, em Córrego Dantas, uma das áreas mais castigadas pela catástrofe. De acordo com o presidente da Empresa de Obras Publicas do Estado (Emop), vinculada à Secretaria de Obras, Ícaro Moreno Junior, o parque terá áreas de lazer, ciclovia, quadras esportivas, entre outros espaços, e ficará entre o Córrego Dantas e Conquista. Firjan realiza hoje segunda reunião ampliada sobre retomada econômica A Firjan Regional realiza, hoje, 26, a segunda reunião ampliada do Conselho Empresarial após os desastres de 12 de janeiro. Esta reunião é um desdobramento da primeira, que aconteceu na quarta-feira passada, na sede da Firjan, com mais de 50 empresários presentes. Desta vez, para melhor acomodação, o Conselho se reunirá no auditório da CDL (Rua Fernando Bizzotto, Centro). As iniciativas da Federação das Indústrias para a recuperação e retomada do crescimento das indústrias de Nova Friburgo, já em curso, estarão em debate. O setor industrial responde por 40,4% dos empregos do município e, consequentemente, pela renda que circula no comércio e nos serviços. Na pauta ainda as questões tributárias (impostos estaduais e federais, obrigações acessórias; criação de uma zona franca; obrigatoriedade de uso de nota fiscal eletrônica); as linhas de financiamento do BNDES e InvesRio, incluindo o acesso necessariamente desburocratizado e a postergação de pagamentos já existentes; e infraestrutura (água, energia, telefonia, transporte, internet). MP fiscalizará repasses e TCU já monitora verbas dos municípios Procuradores da República e representantes da sociedade civil querem garantir que as verbas para a reconstrução dos municípios da região serrana afetados pelas chuvas tenham uma destinação adequada. As procuradorias do Ministério Público Federal que cobrem as localidades atingidas estão trocando informações para fiscalizar com rigor os investimentos. Passadas duas semanas da catástrofe, a promessa de recursos federais, estaduais ou da iniciativa privada só faz aumentar. Além dos R$ 100 milhões enviados pela União e dos 22 milhões do Fundo Estadual da Saúde, a expectativa é que os governos federal e estadual anunciem mais recursos nos próximos dias. Já as doações feitas diretamente nas contas das cidades mais afetadas - Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo - já somam mais de R$ 6,5 milhões. Paralelamente, técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) estão monitorando desde a semana passada, a aplicação dos recursos federais que começaram a ser enviados para os municípios serranos. “Por determinação da presidente Dilma Rousseff estamos inaugurando um novo momento da Defesa Civil. Os recursos foram liberados em três dias úteis e queremos uma boa aplicação dos mesmos”, afirmou Fernando Bezerra Coelho, responsável pela coordenação da ação de mobilização do governo federal para ajudar o Rio de Janeiro. O objetivo do monitoramento é permitir um melhor controle da aplicação dos recursos, por meio de uma auditoria prévia. Além de fazer o acompanhamento, os técnicos farão uma auditoria na Secretaria Nacional de Defesa Civil, com a finalidade de criar uma sistematização do repasse de recursos. Exército começa a instalar ponte metálica e tráfego entre Nova Friburgo e Bom Jardim volta na sexta Provavelmente até a próxima sexta-feira, 28, os motoristas poderão utilizar novamente a RJ-116, no trecho entre Nova Friburgo e Bom Jardim, interrompido após a queda de uma ponte sobre o Rio Grande, que divide os dois municípios. A estimativa é do oficial de Comunicação do Exército, major Rovian Janjar, que prevê para até amanhã, 27, o restabelecimento da ligação, com a conclusão de uma ponte móvel com capacidade para automóveis e caminhões. A primeira etapa foi concluída no sábado, 22, com a construção de uma ponte para pedestres, chamada de “passadeira”, que se apoia sobre canoas e é presa à margem por cabos de aço. Uma passagem próxima, que havia sido construída pela própria comunidade, foi desmontada para dar lugar à ponte de maior porte. A obra está sendo supervisionada diretamente pelo general Amauri Pereira Leite, responsável por toda a operação do Exército em Nova Friburgo e o comando de 160 homens. “A montagem não é rápida e demanda alguns dias. Terá um total de 50 metros, com 30 metros de vão e o restante servindo de apoio sobre as margens. Ela terá capacidade para 56 toneladas, em uma única mão, no sistema pare e siga. O problema será a rede viária, pois as estradas de ligação também foram afetadas”, explicou o general. A unidade móvel ficará instalada até que a ponte da RJ-116 seja reconstruída, o que pode levar meses, já que a estrutura, inclusive as cabeceiras, foi totalmente destruída, indo parar no fundo do rio.