Bastidores da Política - 26 de abril 2011

Rogério Cabral deve trocar PSB pelo PSD O deputado estadual Rogério Cabral deve formalizar nos próximos dias a sua saída do PSB, partido pelo qual conquistou duas vezes mandato para a Assembleia Legislativa. O destino do político friburguense será o PSD, a nova sigla partidária brasileira que está sendo criada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ex-DEM). A troca partidária está sendo costurada pelo ex-deputado federal e ex-candidato a vice-presidente da República, Índio da Costa, que comandará a nova sigla regionalmente. Rogério Cabral já conversou pessoalmente com Índio da Costa e também com o presidente regional do PSB, Alexandre Cardoso. O deputado friburguense ainda tratou da transferência partidária com o vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), e no próximo dia 4 será recebido pelo governador Sérgio Cabral (PMDB). No decorrer desta semana ele terá uma reunião com o deputado federal e presidente local do PSB, Glauber Braga. A princípio, caso seja confirmada a transferência de partidos, Rogério Cabral se dedicará à organização do PSD em Nova Friburgo e nos demais municípios do Centro-Norte fluminense. O deputado tem seu nome cogitado para disputar a Prefeitura friburguense em 2012 pelo novo partido, o que estará inviabilizado caso permaneça na sigla socialista. Indagado se já teria sido informado oficialmente sobre a possível saída de Rogério Cabral, o deputado Glauber disse ter recebido um telefonema do presidente regional do PSB e confirmou que terá um encontro com o deputado estadual assim que retornar de Florianópolis, onde está participando de encontros e vistorias agendadas pela comissão criada pela Câmara dos Deputados para averiguar tragédias climáticas ocorridas recentemente no Brasil. Dermeval reúne secretariado O clima foi de tranquilidade e certa descontração entre os presentes, mas, em determinados momentos, o prefeito Dermeval Neto foi firme e direto na reunião com seu secretariado, na manhã de ontem, 25, no Palácio Barão de Nova Friburgo. Ele voltou a cobrar empenho de seus auxiliares e avisou que, caso seja necessário, fará mudanças na linha de frente do governo, tirando figuras que eventualmente estejam emperrando a máquina administrativa neste momento delicado, em que o município precisa dar agilidade às ações de reconstrução após a tragédia climática de 12 de janeiro. Num outro momento importante da reunião com o secretariado, Dermeval Neto desatou alguns nós internos que, em sua opinião, estariam retardando a liberação de projetos e obras já exaustivamente discutidos com sua assessoria, mas que ainda não foram postos em prática. Ainda esta semana começam os trabalhos de construção de 61 casas populares no Parque Maria Tereza que, num prazo recorde de 60 dias, servirão para atender famílias em abrigos públicos. Na reunião o prefeito fez um relato sobre a utilização dos R$ 10 milhões liberados pelo governo federal, a título de ajuda ao município atingido pela devastação climática, e também comentou a dependência econômica que o município tem em relação aos governos estadual e federal para adquirir recursos e liberação de obras. Segundo ele, existe uma pressão interna para que a Prefeitura pontue esta relação de forma mais crítica, devido à morosidade ocorrida na celebração de convênios, mas que, em seu modo de pensar e agir, isto teria pouco efeito prático na agilização das parcerias e ainda criaria maiores obstáculos. Heródoto concede entrevista exclusiva à afiliada da Globo Não foi uma coletiva a toda a imprensa, como se esperava. Mas, na sexta-feira santa, 22, a InterTv — emissora afiliada à Rede Globo de Televisão — veiculou no RJTV segunda edição entrevista exclusiva com o prefeito afastado, Heródoto Bento de Mello (PSC), gravada naquele mesmo dia no apartamento do político octogenário. A entrevista foi concedida ao jornalista Guilherme Peixoto. HBM disse na entrevista, de pouco mais de dois minutos, que sua recuperação do acidente sofrido na Suíça, em setembro de 2010, tem sido “muito boa” e que o fato de estar utilizando uma cadeira de rodas para se locomover “não atrapalha para trabalhar”. Indagado se nos sete meses em que está afastado do governo pensou alguma vez em renunciar, ele foi taxativo: “Renúncia é uma palavra que eu não conheço”, disse ele, acrescentando que já está “com todas as condições necessárias e pronto para reassumir [a Prefeitura]”. Indagado se já existe uma data para o seu retorno, HBM disse que pode acontecer “hoje, amanhã, daqui a uma semana ou duas”, e que isto depende das conveniências pessoais e políticas. O prefeito disse que seu silêncio durante o período de afastamento foi porque não havia necessidade de fazer nenhum pronunciamento político e que “não foi confortável” acompanhar a devastação climática ocorrida em 12 de janeiro estando fora da Prefeitura, realizando sua recuperação médica. Indagado sobre a relação com a Câmara e Dermeval Neto, HBM disse que “embora haja algumas especulações, não há clima de instabilidade com relação ao Legislativo” e que pretende manter uma relação “educada” com o prefeito em exercício.